NEOPLASIA MALIGNA PERICÁRDICA EM GATO DOMÉSTICO

Autores

  • Nicole Strozack Marcom Universidade Federal da Fronteira Sul/UFFS
  • Pamela Regina Pimenta Busato Universidade Federal da Fronteira Sul/UFFS
  • Maria Eduarda Pogorzelski Universidade Federal da Fronteira Sul/UFFS
  • Daniele Camila Hiert Universidade Federal da Fronteira Sul/UFFS
  • Gentil Ferreira Gonçalves Universidade Federal da Fronteira Sul/UFFS
  • Fabiana Elias Universidade Federal da Fronteira Sul/UFFS
  • Tatiana Champion Universidade Federal da Fronteira Sul/UFFS

Palavras-chave:

Ecocardiograma;, efusão pericárdica;, gato;, histopatológico;, neoplasia.

Resumo

A efusão pericárdica é definida por um acúmulo de líquidos no saco pericárdico, sendo o distúrbio pericárdico adquirido mais comum nas espécies domésticas. Esta alteração pode ser resultado de diferentes afecções. Em felinos, a efusão pericárdica é associada principalmente à insuficiência cardíaca congestiva, e raramente as neoplasias, assim como, as neoplasias pericárdicas em gatos também são pouco documentadas, mas podem causar alterações importantes no sistema cardiovascular. Assim, o presente estudo tem por objetivo relatar um caso de neoplasia maligna localizada no pericárdio de um felino, fêmea, 6 anos, SRD, 4,150kg, cujos sinais clínicos eram de dispneia, efusão pericárdica e ritmo de galope. Os achados no exame ecocardiográfico confirmam a existência de uma formação hiperecóica homogênea, aderida no interior do espaço pericárdico, em região próxima ao átrio esquerdo, cujos diâmetros foram 1,74cm e 1,60cm. Além do tumor cardíaco, o ecocardiograma revelou padrão de enchimento ventricular restritivo e efusão pericárdica, sem indícios de tamponamento cardíaco. Requisitou-se exame radiográfico, cujas exposições realizadas foram dorsoventral e lateral direita, nas quais evidenciou-se silhueta cardíaca acentuadamente globosa com dimensões acima da normalidade (VHS: 10,0) e pequena quantidade de conteúdo líquido na cavidade pleural direita. A paciente foi encaminhada para o procedimento cirúrgico de toracotomia exploratória. Durante o procedimento constatou-se efusão pleural, espessamento e neovascularização de pericárdio fibroso, espessamento e inflamação da parte parietal do pericárdio seroso, acúmulo de líquido em espaço peritoneal e presença de massa disforme de aspecto vegetativo e friável unida ao átrio esquerdo. Foi realizada aspiração de todo líquido presente na cavidade e no pericárdio. Introduzido um sistema de drenagem por sonda, em região torácica junto ao décimo espaço intercostal esquerdo, conectando-o ao sistema de drenagem ativa. Os fragmentos nodulares e pericárdicos foram removidos e encaminhados para exame histopatológico. No pós-operatório imediato a paciente teve o tórax drenado, voltando a respirar de forma autônoma. A sonda laringoesofágica foi removida, a ferida higienizada, e, em seu lugar, uma sonda esofágica de Foley foi fixada. O tratamento instituído para o pós-cirúrgico a médio prazo foi cloridrato de tramadol e robenacoxibe em comprimido e dipirona em gotas. A partir do exame histopatológico, não foi possível estabelecer um diagnóstico devido à indiferenciação celular, dessa forma, o diagnóstico é sugestivo de neoplasia maligna indiferenciada de alto grau. As características microscópicas da neoplasia evidenciam células de formato redondo, apoiadas/entremeadas sobre escassas células de formato fusiforme/alongado, alta atividade mitótica, que justifica o alto grau de malignidade. Os principais diferenciais são linfoma de células blásticas, carcinoma neuroendócrino e tumor de base de coração. Assim, foi recomendada análise imuno-histoquímica para maiores esclarecimentos quanto à origem da neoplasia.

Downloads

Publicado

13-10-2024

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Extensão & Cultura - Campus Realeza