PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA PARALISIA FLÁCIDA AGUDA NO SUL DO BRASIL
ANÁLISE DOS CASOS NOTIFICADOS ENTRE 2007 E 2021
Palavras-chave:
Epidemiologia, Notificação, Poliomielite, Saúde PúblicaResumo
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida aguda (PFA). O déficit motor instala-se subitamente e sua evolução, frequentemente, não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido. A análise do perfil epidemiológico da paralisia flácida aguda em diferentes regiões é fundamental para compreender sua distribuição geográfica e temporal, bem como para orientar políticas públicas de saúde. A região sul do Brasil registrou um número significativo de casos de paralisia flácida aguda, destacando a importância de investigar as variações regionais e temporais dessa doença. Nesse sentido, este trabalho objetivou descrever o perfil epidemiológico dos casos de paralisia flácida aguda no sul do Brasil entre 2007 e 2021. Trata-se de um estudo cujos elementos são quantitativos, avaliados quanto à frequência de ocorrência, utilizando-se banco de dados secundários do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). A amostra foi de 878 casos notificados, no período de 2007 a 2021, nos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os casos registrados de PFA, no período analisado, compreendem 878 casos na região sul do Brasil. Desses casos, o Paraná registrou o maior número, com 383 ocorrências, representando 43,62% do total de notificações. O Rio Grande do Sul apresentou 315 casos, correspondendo a 35,88% das ocorrências, enquanto Santa Catarina teve 180 casos, o que equivale a 20,50% do total. Ao longo dos anos, observou-se variações na distribuição das ocorrências entre os estados. A predominância de casos no Paraná pode ser atribuída a fatores específicos regionais, que podem incluir diferenças nas condições de saúde pública, vigilância epidemiológica, acesso aos serviços de saúde, e fatores socioeconômicos que influenciam a notificação e o diagnóstico de casos. A análise da distribuição dos casos ao longo do período estudado sugere que, embora haja variações anuais, o Paraná consistentemente apresentou números mais elevados de notificações. Essa persistência pode indicar a necessidade de estratégias mais intensificadas de vigilância e controle nessa região. Por outro lado, a menor proporção de casos em Santa Catarina, pode refletir diferenças na dinâmica de transmissão ou na eficiência dos programas de controle da doença. Esses resultados sublinham a importância de considerar as particularidades de cada estado ao planejar e implementar políticas de saúde pública. Esses achados apontam para a necessidade de estudos adicionais que explorem as causas subjacentes dessas diferenças e que possam orientar intervenções mais eficazes e direcionadas para a prevenção e controle da PFA na região sul do Brasil. Este estudo destacou a importância da vigilância contínua e da análise regional da PFA no sul do Brasil, onde o Paraná apresentou o maior número de casos. A persistência de altas notificações nesse estado indica a necessidade de estratégias de controle mais adaptadas. As variações entre os estados sugerem que fatores regionais, como condições socioeconômicas e ambientais, influenciam a dinâmica da doença, reforçando a importância de políticas de saúde pública direcionadas e baseadas em evidências.
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