MEDICINA E SOCIEDADE:O IMPACTO DA CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO NA FORMAÇÃO MÉDICA

Autores

  • Rodolfo Tenório da Fonseca UFFS- Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Otavio Ananias Pereira da Silva Ribeiro Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Victor Henrique Laranja Borges Taquary Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Nina Ferreira Brandão Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Andre Firmino Neves Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul.
  • Maíra Rossetto Docente do curso de Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Jane Kelly Oliveira Friestino Docente do curso de Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Graciela Soares Fonsêca Docente do curso de Medicina. Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Diretrizes curriculares; Extensão universitária; Formação médica; Interdisciplinaridade.

Resumo

 

A curricularização da extensão universitária, especialmente nos cursos de Medicina, surge como uma estratégia essencial para aproximar a academia da sociedade, promovendo uma formação médica mais integrada e cidadã. Esse processo, regulamentado pela Resolução no 7 de 2018 do Conselho Nacional de Educação (CNE), estabelece diretrizes que visam incorporar a extensão como obrigatória no currículo, representando, no mínimo, 10% da carga horária dos cursos de graduação. O objetivo deste texto é discutir as implicações e reflexões acerca da implementação da curricularização da extensão em cursos de Medicina, abordando seus desafios e potencialidades. A integração das atividades de extensão ao currículo médico responde à necessidade de formar profissionais mais engajados socialmente e capazes de atuar em diferentes contextos, promovendo saúde de forma integral. A extensão universitária, ao conectar ensino e pesquisa com as demandas sociais, oferece uma oportunidade ímpar para os estudantes de Medicina vivenciarem na prática os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e desenvolverem habilidades que transcendem o domínio técnico-científico, como a comunicação, o trabalho em equipe e a ética profissional. Entretanto, a operacionalização dessa integração enfrenta desafios significativos. A adaptação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs) para incorporar as atividades extensionistas exige uma revisão profunda das metodologias de ensino e uma articulação mais efetiva entre as diferentes disciplinas. Além disso, é necessário garantir que as atividades de extensão não se tornem apenas uma formalidade, mas que sejam realmente significativas para a formação médica, promovendo uma verdadeira transformação na forma como os futuros médicos percebem e interagem com a sociedade. Outro ponto crucial é a avaliação dessas atividades. A Resolução CNE/CES no 7/2018 aponta para a necessidade de uma autoavaliação contínua das atividades de extensão, visando ao aprimoramento constante e à adequação às reais necessidades sociais. Neste contexto, a avaliação deve considerar não apenas o cumprimento das horas obrigatórias, mas também o impacto das atividades na formação dos estudantes e na comunidade atendida. A extensão como componente curricular obrigatório nos cursos de Medicina representa uma oportunidade valiosa para a formação de profissionais mais humanizados e conscientes de seu papel social. No entanto, para que essa integração seja bem-sucedida, é fundamental um esforço conjunto das instituições de ensino, docentes e estudantes na

criação de um ambiente acadêmico que valorize e promova a extensão como uma ferramenta transformadora. A extensão, quando bem implementada, não só enriquece a formação acadêmica, mas também fortalece os vínculos entre a universidade e a sociedade, contribuindo para um sistema de saúde mais justo e equitativo. Assim, a curricularização da extensão não deve ser vista apenas como uma exigência legal, mas como uma oportunidade para repensar a formação médica no Brasil, tornando-a mais alinhada com as necessidades sociais e com os princípios do SUS.

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Publicado

24-09-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Extensão & Cultura - Campus Chapecó