ESPLENORRAFIA DE BAÇO E FRATURA DE MAXILA EM CACHORRO-DO-MATO (CERDOCYON THOUS)
Palavras-chave:
Cirurgia; silvestre; atendimento veterinário; reabilitaçãoResumo
No dia 10 de maio de 2023, um cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) foi atendido na
Superintendência Hospitalar Veterinária Universitária (SUHVU) da Universidade Federal
da Fronteira Sul, após um acidente de trânsito. O animal chegou consciente, mas em
estado delicado, apresentando uma hemorragia significativa na cavidade oral e suspeita de
fratura no maxila. Tratou-se de um macho adulto pesando 6,6 kg, apresentando mucosas
pálidas e uma frequência cardíaca de 184 bpm. Para avaliação e exames diagnósticos, foi
realizada contenção química com tiletamina-zolazepam e morfina. Aproximadamente 15
minutos depois, foi estabelecido o acesso venoso. Imediatamente, a equipe do Serviço de
Atendimento a Animais Silvestres (SAAS) prestou os primeiros socorros, estabilizando e
monitorando o paciente. Com o objetivo de confirmar o diagnóstico, foram realizados
exames de imagem, destacando a ultrassonografia, revelando ruptura esplênica com
hemorragia ativa. A pressão arterial sistólica (PAS) aferida era de 60 mmHg, e, apesar de
prova de carga com fluidoterapia, a hipotensão persistiu. Diante da gravidade do quadro,
decidiu-se pela realização de uma cirurgia de emergência, aproximadamente três horas
após a chegada do animal. A técnica utilizada foi a esplenorrafia, com o objetivo de
promover a hemostasia na lesão traumática da cápsula esplênica e conter a hemorragia
abdominal. A anestesia geral foi mantida com isoflurano, e uma infusão de solução de
Ringer com lactato foi administrada A cápsula foi suturada utilizando-se a técnica de
colchoeiro horizontal, com fio poliglactina 3-0. Após o procedimento, o cachorro-do-mato
permaneceu internado sob vigilância médica contínua por 24 horas. No dia seguinte, foi
realizada uma segunda cirurgia, desta vez para a osteossíntese do maxilar, visto que, no
exame radiográfico foi identificada uma linha radioluscente incompleta, transversa, a
partir da córtex lateral da maxila esquerda, estendendo-se até a raiz do segundo pré molar
superior ipsilateral, sendo assim, foi posicionada uma placa com parafusos para estabilizar
os ossos e corrigir a fratura. O animal permaneceu internado por 33 dias, recebendo
inicialmente alimentação pastosa através de seringa devido às lesões na maxila. A
introdução de alimentos sólidos foi feita de maneira gradual, com higienização cuidadosa
utilizando clorexidina alcoólica diluída em água. Por fim, a soltura do animal foi
conduzida pelo Serviço de Atendimento a Animais Silvestres (SAAS), em uma área
estrategicamente escolhida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio).
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