ALIMENTAÇÃO NÃO SAUDÁVEL E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NA INFÂNCIA

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Autores

  • Carolina Maliska Haack Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Gláucon Jean Jerry Joubert Peruzzo
  • Betina Drehmer da Rosa
  • Ana Cristina Almeida Dias
  • Janaína Concatto Witzel
  • Mariana Karlinski
  • Ramon De Jesus Pereira
  • Heloísa Marquardt Leite

Palavras-chave:

alimentação, hipertensão, crianças, revisão sistemática

Resumo

A alimentação saudável na infância é crucial para o desenvolvimento infantil, sendo fator protetivo para distúrbios metabólicos e doenças crônicas, em contrapartida, uma alimentação não saudável está interligada no desencadeamento dessas comorbidades. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) foi considerada uma doença adulta por um período considerável, contudo atualmente, nota-se prevalência desde a infância. O artigo teve como objetivo investigar e relacionar a alimentação não saudável com o risco de desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica na infância. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura que incluiu estudos longitudinais, transversais e de caso-controle, excluindo relatos de caso, editoriais e revisões. A pesquisa foi realizada nos bancos de dados BIREME e PUBMED, limitando-se a artigos em português e inglês publicados nos últimos 10 anos. Os participantes eram crianças de 2 a 12 anos. Incluíram-se os estudos que investigaram o consumo de alimentos como sal, alimentos de alta densidade energética, ultraprocessados ​​e bebidas açucaradas. Os critérios utilizados para determinação de HAS na infância foram os valores de pressão arterial sistólica e/ou diastólica iguais ou superiores ao percentil 95 para sexo, idade e percentil da altura, aferida em três ou mais ocasiões diferentes. Foram encontrados 648 estudos, dos quais 41 foram lidos integralmente. Coletaram-se as seguintes informações dos estudos incluídos: delineamento, população, forma de avaliação alimentar, resultados de hipertensão e principais resultados. A análise foi feita de forma descritiva em uma planilha. Os estudos mostram uma forte relação entre os fatores dietéticos específicos e o desenvolvimento de HAS infantil. A prevalência de hipertensão em crianças variou, com alguns estudos indicando até 10,07% de hipertensão e 20,2% de pré-hipertensão. O consumo excessivo de sal, fast food e bebidas açucaradas, além da ingestão frequente de junk food, é significativamente associado à elevação da pressão arterial. Crianças com hipertensão tendem a ter hábitos alimentares com maior consumo de sal, especialmente em áreas rurais e entre meninos. Dietas ricas em sal, açúcares e alimentos ultraprocessados aumentam a prevalência de HAS, e podem contribuir para o desequilíbrio dietético. Portanto, promover hábitos alimentares saudáveis desde a infância é essencial para prevenir esse desfecho e os riscos cardiovasculares durante o desenvolvimento infantil até a fase adulta. A partir disso foi possível concluir que a alimentação saudável atua como fator protetivo para a hipertensão arterial sistêmica e melhora a saúde cardiovascular a longo prazo.

 

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Publicado

13-10-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Pesquisa - Campus Chapecó