LETRAMENTO EM SAÚDE E SUA RELEVÂNCIA PARA O CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NO BRASILDA

Autores

  • Ana Carolina Scheid Demori UFFS
  • Ana Laura Ferrari Fantin
  • Pedro Lucas dos Santos Cardoso
  • Valéria Borges Barichello
  • Rosane Paula Nierotka
  • Heloísa Marquardt Leite
  • Renne Rodrigues

Palavras-chave:

Letramento em Saúde, Atenção Primária à Saúde, Sistema Único de Saúde

Resumo

Introdução: O letramento em saúde envolve as habilidades necessárias para que os
indivíduos possam acessar, compreender, avaliar e utilizar informações de saúde de forma
a tomar decisões informadas e adotar ações que favoreçam seu bem-estar. Esse conceito é
dividido em três níveis: funcional (habilidades básicas de leitura e compreensão),
interativo (capacidade de aplicar informações em diferentes situações) e crítico (análise
crítica e tomada de decisões informadas). Apesar de sua importância como um
componente essencial nas práticas de saúde, o letramento em saúde e sua aplicação ainda
são pouco discutidos no contexto da atenção primária no Brasil. Objetivos: Identificar o
impacto do letramento em saúde na adesão ao tratamento, qualidade de vida e nas
consequências para o sistema de saúde. Metodologia: Este estudo baseia-se em uma
revisão de literatura que analisou artigos científicos sobre o letramento em saúde. A busca
foi realizada na base de dados PubMed, com foco em estudos que abordassem o impacto
do letramento em saúde e possíveis desfechos clínicos, tendo como cenários serviços de
saúde na América Latina. Resultados e discussão: Na presente revisão, foram
encontrados 5 artigos sobre o tema de pesquisa. Com base nesses artigos, foi possível
identificar que o Brasil está entre os países com piores índices de letramento em saúde
adequado da América Latina, com apenas 43,2% da população analisada (população geral
e usuários de serviços de saúde) apresentando nível considerado suficiente. Esse déficit,
segundo estudos, resulta em menor adesão ao tratamento, visitas médicas irregulares,
habilidades de autocuidado reduzidas e diagnósticos tardios. Também impacta
negativamente a qualidade de vida, elevando custos médicos, taxas de hospitalização,
mortalidade, e aumentando os gastos do SUS. Pacientes com níveis elevados de
letramento em saúde demonstram maior adesão ao tratamento, melhor prognóstico e
aumento na sobrevida, o que reforça a importância de promover a autonomia dos
pacientes na gestão de sua saúde. No entanto, verificou-se uma escassez de estudos
focados em iniciativas de avaliação e cuidados com o letramento em saúde da população
atendida pelo SUS, o que evidencia uma lacuna importante a ser abordada para melhorar
os índices de letramento em saúde no país e suas consequências no sistema de saúde.
Conclusão: Melhorar o letramento em saúde é crucial para aumentar a adesão ao
tratamento, a qualidade de vida e o uso eficiente dos serviços de saúde. Estratégias de
comunicação eficazes e personalizadas são essenciais para superar barreiras e reduzir
desigualdades, beneficiando pacientes e o sistema de saúde.

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Publicado

13-10-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Pesquisa - Campus Chapecó