Nós: falas pretas e indígenas em escuta discursiva
Palavras-chave:
Discurso, Silenciamento, Indígenas, Narrativas, Escuta discursivaResumo
O presente trabalho faz parte do projeto de pesquisa interinstitucional Nós: falas pretas e indígenas em escuta discursiva, coordenado pela Universidade Federal do Paraná, que abarca cinco instituições de Ensino Superior, tendo como eixo condutor a questão das narrativas negras e indígenas. O projeto desenvolvido na Universidade Federal da Fronteira Sul, visa analisar as representações no discurso de professores e licenciandos indígenas sobre o ensino de línguas, tanto portuguesa quanto indígenas, e as discussões sobre educação indígena e o acolhimento desses alunos na universidade, buscando compreender que imaginários são produzidos nessas entrevistas e quais regularidades aparecem. Considerando que o sujeito se constitui na e pela linguagem, busca-se, a partir das bases teóricas e metodológicas da Análise de Discurso de linha francesa (Pêcheux; Orlandi), problematizar as marcas produzidas pela relação ser-estar-entre-línguas-culturas em discursividades de docentes e licenciandos indígenas da Educação Básica, compreendendo que existe um processo de silenciamento em relação a esses sujeitos, suas línguas e culturas, por suas narrativas terem sido historicamente subtraídas e adulteradas pelo filtro do outro branco/colonizador/opressor. Essa pesquisa, portanto, também parte da necessidade de escuta, de analisar os discursos dos sujeitos indígenas e não apenas sobre os indígenas, buscando conhecer outros pontos de vista que muitas vezes se encontram em disputa. Nesse sentido, a instauração de um lugar de escuta discursiva de suas narrativas (Modesto, 2021), apresenta-se como potencial para estabelecer instâncias significativas de ressignificação da memória, além de proporcionar o planejamento e a implementação de medidas que melhor abarque as necessidades desses grupos em contextos acadêmicos e escolares, partindo das experiências e das vivências deles nesses espaços e da realização de que a Universidade ainda tem um longo caminho a percorrer para que as necessidades desses grupos sejam contempladas, tanto em currículos, quanto em outros projetos acadêmicos, que acabam deixando a formação do professor indígena, visando a sua atuação em escolas indígenas, de lado.
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