O ENVOLVIMENTO DE ANIMAIS DISPERSORES DE SEMENTES E A RECUPERAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA:
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA
Palavras-chave:
Conservação; Mata atlântica; Floresta estacional semidecidual, Animais dispersores; BiodiversidadeResumo
A Mata Atlântica é considerada um dos biomas mais ricos em biodiversidade do
planeta e um dos mais ameaçados de extinção, ocupando 17 estados brasileiros, além de
áreas na Argentina e no Paraguai. Esse bioma possui no Estado do Paraná três grandes
classes de formações florestais, uma delas é a Floresta Estacional Semidecidual. A
Floresta Estacional Semidecidual possui fisionomia marcada pela estacionalidade e semi
decidualidade foliar e encontra-se em área de dupla estacionalidade, ou seja, uma estação
de clima tropical com chuvas intensas no verão e outra subtropical, com ausência de
período seco. No Paraná, essa formação florestal ocorre no oeste, noroeste e norte do
Estado, em grande parte coincidindo com a região de ocorrência da popular "terra roxa",
solo de origem basáltica com alta fertilidade. A Floresta Estacional Semidecidual é
considerada a segunda formação com maior número de espécies listadas em trabalhos de
fitossociologia. O ecossistema apresenta composição florística intermediária entre a
Floresta Ombrófila e a Floresta Estacional Decidual. Estudos apontam que há uma grande
diversidade de espécies arbóreas na Floresta Estacional Semidecidual. Além da
composição florística também é necessário conhecer alguns aspectos ecológicos, como a
dispersão de sementes das espécies que ocupam os remanescentes florestais. A perda de
animais dispersores pode resultar em uma menor regeneração natural e na necessidade de
intervenções humanas mais intensivas para restaurar a floresta. Diante do exposto, o
objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão sistemática da literatura acerca da
recuperação da Floresta Estacional Semidecidual através de animais dispersores de
sementes. Para tal foram utilizados artigos dos últimos dez anos, os termos descritores
“Conservação", “Mata atlântica”, “Floresta estacional semidecidual ", “Animais
dispersores” e “Biodiversidade”, e as bases de dados foram o Scielo e PubMed. Artigos
que se relacionam com tais palavras chaves foram selecionados e os demais excluídos.
Após a aplicação dos critérios cinco artigos foram utilizados. Tal abordagem é importante
para compreender o funcionamento dessas florestas e seu processo de regeneração, sendo
a dispersão o meio para controlar e manter a diversidade biológica e pré-requisito para a
continuidade dos ecossistemas. Animais como aves, mamíferos, e até mesmo insetos são
fundamentais para o processo de dispersão de sementes. Eles transportam sementes de
plantas nativas para novas áreas, facilitando a colonização de diferentes habitats e
promovendo a diversidade vegetal. Por exemplo, aves como tucanos e saíras consomem
frutos e, posteriormente, dispersam as sementes em seus excrementos. Mamíferos como
capivaras e quatis também desempenham papéis importantes, enquanto insetos
polinizadores ajudam na germinação de certas plantas. A dispersão também afeta o fluxo
de genes e, portanto, influencia a estrutura genética dentro e entre populações. A estrutura,
morfologia, entre outras características apresentadas pelo fruto, permite que as plantas
sejam dispersas com maior facilidade por seu determinado agente dispersor. O conjunto
dessas características ajuda a determinar a síndrome de dispersão das espécies. O
conhecimento florístico das florestas tropicais e o estudo de interações ecológicas como a
dispersão de sementes constitui importante ferramenta para a conservação, ajudando a
compreender a estrutura e a dinâmica das comunidades e o seu processo de regeneração.
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