INTERNAÇÃO DE IDOSOS POR DESNUTRIÇÃO AO LONGO DE 10 ANOS

UM ESTUDO OBSERVACIONAL

Autores

  • Victor Henrique Laranja Borges Taquary UFFS
  • Camila Ferreira Puntel
  • José Renan Gonçalves Mendes
  • Karina Letícia Strapazzon
  • Kayla Ilana de Oliveira
  • Heloísa Marquardt Leite
  • Tânia Aparecida de Araújo

Palavras-chave:

desnutrição, idosos, internação hospitalar, políticas públicas, saúde do idoso

Resumo

A desnutrição é um problema de saúde pública que afeta gravemente a população idosa, especialmente em países com desafios socioeconômicos. Este é um estudo observacional descritivo com abordagem quantitativa, que investigou as internações hospitalares por desnutrição em idosos no Brasil e em Santa Catarina no período de 2013 a 2022. Os dados foram extraídos do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) disponibilizados via DATASUS. A população alvo incluiu indivíduos com 60 anos ou mais. As taxas de internação foram calculadas com base no número de internações por desnutrição a cada 1000 habitantes na faixa etária estudada, em ambos os locais analisados. Para garantir a precisão da comparação entre as localidades, os dados populacionais foram ajustados utilizando as estimativas anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que permitiu uma análise proporcional ao longo dos anos. Ao longo do período analisado, observou-se uma oscilação nas taxas de internação por desnutrição entre idosos, com uma tendência geral de redução no Brasil como um todo. No entanto, essa tendência não foi homogênea. Quando comparados Brasil e Santa Catarina, ambos seguiram um padrão semelhante, considerando suas devidas proporções populacionais: No Brasil, apesar de apresentar uma redução geral, as taxas de internação oscilaram entre 2013 e 2022, variando de 6,80; 8,42; 6,90; 8,33; 8,94; 7,09; 7,55; 4,89; 5,00 a 5,76 internações a cada 1000 habitantes, respectivamente. Paralelamente, em Santa Catarina, as taxas de internação a cada 1000 habitantes também oscilaram no mesmo período entre 2,31; 2,80; 2,25; 2,67; 2,82; 2,20; 2,31; 1,47; 1,49 a 1,62, respectivamente. Logo, é possível observar que nos anos em que houve redução de internações de idosos por desnutrição no Brasil, ocorreu em Santa Catarina uma redução semelhante, e o mesmo padrão se repetiu nos anos em que houveram aumentos. No entanto, apesar da tendência de declínio em ambas as localidades, essa diminuição não foi estatisticamente significativa (Brasil: p=0,600; Santa Catarina: p=0,898), o que pode estar relacionado ao perfil oscilante dos dados. A ausência de uma queda significativa nas taxas reforça a necessidade de uma abordagem mais robusta para enfrentar o problema da desnutrição em idosos. As taxas consistentemente mais baixas em Santa Catarina, quando comparadas ao Brasil, podem ser atribuídas a uma maior atenção à desnutrição no ambiente hospitalar, o que pode estar relacionado à eficiência dos serviços de saúde locais. Entre os fatores que contribuem para a desnutrição em idosos, destacam-se comorbidades como demência e depressão, além de condições socioeconômicas desfavoráveis que limitam o acesso a alimentos nutritivos e cuidados médicos adequados. O suporte familiar inadequado e a insuficiência de políticas públicas direcionadas ao cuidado integral do idoso também são elementos críticos que potencializam o risco de desnutrição nessa população. Os resultados deste estudo apontam para a necessidade urgente de intervenções direcionadas e políticas públicas eficazes que abordem não apenas a nutrição, mas também as condições sociais e econômicas que afetam os idosos. Investir em programas de prevenção que promovam o envelhecimento ativo e saudável, além de fortalecer o suporte familiar e comunitário, pode ser crucial para reduzir as taxas de internação por desnutrição. A comparação entre Brasil e Santa Catarina evidencia disparidades que precisam ser abordadas para garantir um cuidado equitativo e eficiente para a população idosa no país.

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Publicado

02-10-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Pesquisa - Campus Chapecó