INTERPROFISSIONALIDADE NA SAÚDE INDÍGENA

REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA COM A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL

Autores

  • Victor Henrique Laranja Borges Taquary UFFS
  • Otavio Ananias Pereira da Silva Ribeiro
  • Nina Ferreira Brandão
  • Rodolfo Tenório da Fonseca
  • Andre Firmino Neves
  • Lauri Elemar Stahl
  • Graciela Soares Fonseca
  • Jane Kelly Oliveira Friestino

Palavras-chave:

Comunidades indígenas, Mobilização social, Populações vulneráveis

Resumo

A campanha do agasalho para a população indígena de Chapecó, desenvolvida como parte do Componente Curricular Regular Projeto Integrador Interdisciplinar de Extensão (PIIEX) I do curso de Medicina, não se limitou à arrecadação de roupas para a população indígena. Incluiu também um enriquecedor encontro com a psicóloga da equipe multiprofissional da unidade de saúde indígena, ligada à Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), que trouxe uma perspectiva aprofundada sobre a saúde e as necessidades da comunidade indígena. Este relato visa compartilhar as aprendizagens e percepções obtidas com esse contato, destacando a importância da interação com a equipe multiprofissional. A visita inicial à Aldeia Condá revelou a complexidade das necessidades da população local, o que motivou a realização da campanha. Contudo, foi o encontro com a psicóloga, que proporcionou uma compreensão mais abrangente e detalhada do contexto em que a campanha estava inserida. Ela ofereceu uma visão valiosa sobre os desafios enfrentados pela comunidade, elucidando questões relacionadas à saúde mental e ao bem-estar psicológico dos indígenas, além de destacar a importância de uma abordagem culturalmente sensível. Durante videoconferência, a psicóloga discutiu a relevância da integração entre diferentes profissionais da saúde e o papel essencial que cada um desempenha na promoção do bem-estar da comunidade indígena. A colaboração entre psicólogos, médicos, enfermeiros e outros profissionais é crucial para abordar as questões de saúde de forma holística e eficiente. Ela enfatizou como as práticas de saúde mental devem ser adaptadas para respeitar e incorporar as crenças e práticas culturais dos indígenas, o que reforçou a necessidade de uma abordagem respeitosa e inclusiva. Outro ponto abordado foi a importância da escuta ativa e do diálogo aberto com a comunidade. A psicóloga destacou que, para que qualquer intervenção seja bem-sucedida, é fundamental que os profissionais estejam dispostos a ouvir as necessidades e preocupações dos indígenas, criando um ambiente de confiança e colaboração. Este princípio foi especialmente relevante para nós, enquanto estudantes do segundo semestre do curso, pois mostrou como as ações de apoio podem ser mais eficazes quando estão alinhadas com as necessidades reais da comunidade. A experiência com a psicóloga da SESAI também ressaltou o impacto positivo que a formação e a sensibilização dos profissionais podem ter no engajamento da comunidade. A interação com a equipe multiprofissional da saúde indígena não apenas melhorou nosso entendimento sobre as complexidades do trabalho em contextos indígenas, mas também a importância de preparar e educar os estudantes de medicina para um engajamento mais efetivo e respeitoso. Nesse contexto, o contato com a equipe da SESAI foi uma oportunidade valiosa para aprender sobre a importância da abordagem interprofissional  e culturalmente sensível na saúde indígena. A interação proporcionou uma visão aprofundada dos desafios e práticas necessárias para promover a saúde e o bem-estar das populações indígenas, enfatizando a importância de um trabalho colaborativo e respeitoso, reafirmando que ações efetivas e solidárias são aquelas que consideram e incorporam a voz e as necessidades da comunidade atendida. A campanha do agasalho foi enriquecida contribuindo para uma prática mais consciente e integrada no futuro.

 

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Publicado

24-09-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Extensão & Cultura - Campus Chapecó