PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E DE SAÚDE DE PACIENTES SINTOMÁTICOS COM AMOSTRA DE CAVIDADE ORAL POSITIVA PARA O GENE DE VIRULÊNCIA cagA DE Helicobacter pylori
Palavras-chave:
Helicobacter pylori, cagA, cavidade oralResumo
O Helicobacter pylori é uma bactéria colonizadora da mucosa gástrica humana, onde é capaz de provocar o desenvolvimento de doenças. Apesar disso, nem todos os pacientes infectados desenvolvem um quadro clínico sintomático, o que demonstra que fatores genéticos e comportamentais do hospedeiro, assim como expressão genética de virulência da bactéria influenciam na evolução clínica destes indivíduos. Além da mucosa gástrica, o H. pylori também é encontrado na cavidade oral humana, local onde seu papel ainda não é bem esclarecido. Sob essa perspectiva, este estudo objetiva analisar os aspectos sociodemográficos e de saúde dos pacientes sintomáticos cujas amostras da cavidade oral foram positivas para o gene de virulência cagA. Foram analisados pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos, em espera para atendimento nos Ambulatórios da UFFS e que referiram sintomas de dispepsia, pirose, náusea ou vômito durante a entrevista. Estes pacientes tiveram suas amostras da cavidade oral coletadas e analisadas para a presença de DNA-H. pylori, através de Reação em cadeia da polimerase (PCR) no Laboratório de microbiologia e biologia molecular da UFFS. Posteriormente, as amsotras que resultaram positivas foram testadas para a presença do gene cagA, sob a mesma técnica. Foram incluídos 64 pacientes sintomáticos com amostras positivas para DNA-H. pylori, dos quais 8 (12,5%) apresentavam positividade para o gene cagA. Nestes, observou-se uma maioria do sexo feminino (75%), moradores de zona rural (75%) e adultos (75%). O uso de IBP foi referido por 37,5% dos pacientes, e o tabagismo, assim como o etilismo, foram referidos pela metade dos indivíduos. Conclui-se que o perfil de pacientes com sintomas gástricos com amostras da cavidade oral positivas para o gene cagA é de maioria mulheres, adultos e moradores de zona rural, etilista e tabagista, e, apesar desta descrição ser pouco encontrada na literatura atual, os dados sugerem que esta população deve ser considerada para rastreio e acompanhamento pois a presença desse gene pode relacionar-se com a reinfecção desses indivíduos por cepas virulentas da bactéria.
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