MULHERES COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR: DIFICULDADES E PERSPECTIVAS

Resumo

Nosso país é marcado por diversas desigualdades, inúmeras são as situações de discriminação contra as diferentes minorias, entre elas a discriminação por gênero, contra as mulheres. A consequência dessa construção histórica e cultural em relação as pessoas do gênero feminino, é percebida nos processos discriminatórios e de objetificação das mulheres e ao voltarmos nosso olhar a outra minoria social, a das pessoas com deficiência. A partir deste olhar perceberemos uma história assinalada pela invisibilidade e pela segregação social. Quase sempre percebidas como sujeitos “improdutivos, anormais, indesejados” e que necessitam ser afastadas do convívio social. Assim, ao ser mulher com deficiência é conviver com essa dúplice abjeção. A partir desta observação, estabelecemos como objetivo: analisar as dificuldades enfrentadas na escolarização de mulheres com deficiência. Entendemos que a escolarização pode a possibilidade de garantir autonomia e independência, bem como da compreensão da condição e em que são postas pela sociedade e assim, buscar um engajamento político. Posta a natureza desse escrito, o estudo se caracteriza por uma revisão bibliográfica, recorte da dissertação em construção. Frente as discussões elaboradas, podemos indicar que mesmo com todas as garantias legais que quanto o acesso e permanência das pessoas com deficiências ao ensino em todos os níveis, são necessários ainda muitos avanços, objetivando a inclusão. Os desafios impostos às mulheres com deficiências figuram nas mais diversas formas, desde “ser mulher” até ocupar papéis de liderança na sociedade, posto que são constantemente submetidas a preconceitos e paradigmas que dificultam sua inserção social. No momento em que estas mulheres decidem estudar, especialmente nos níveis superiores, defrontam com inúmeros desses desafios, especialmente o da falta de acessibilidade e de condições que possibilitem o aprendizado com autonomia. Assim sendo, entende-se a emergência de promover mudanças, especialmente no ensino, ofertando possibilidades para que as mulheres com deficiência, possam ter plena participação nos espaços acadêmicos de ensino, pesquisa e extensão, de moda a contribuir e atuar em prol de mudanças substanciais na sociedade brasileira quanto ao gênero, deficiência e o acesso ao Ensino Superior.