TECNOLOGIAS AGROECOLÓGICAS

DESAFIOS E OPORTUNIDADES NA CONTRIBUIÇÃO PARA A MITIGAÇÃO DA FOME

Autores

  • Gislaine Ribeiro Gomes Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS
  • Vilmar Acorde de Souza
  • Valéria Cristina Gomes Garcia
  • Rodrigo Ozelame da Silva
  • Josimeire Aparecida Leandrini

Palavras-chave:

Feira, Segurança alimentar, Campesinato

Resumo

O presente trabalho foi desenvolvido na região centro do Paraná, durante a 8° Feira de Economia Solidária e Agroecologia (FESA) que aconteceu na cidade de Laranjeiras do Sul. Sendo posteriormente realizado a pesquisa participante em uma unidade de produção camponesa, no acampamento Recanto da Natureza, município de Laranjeiras do Sul, em território do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Esses territórios são construídos e constituídos por sujeitos que buscam ao longo dos anos a permanência, subsistência, renda e reprodução familiar a partir da produção agrícola de base agroecológica. Esse trabalho tem por objetivo verificar, através da percepção de agricultores familiares, quais as principais práticas e tecnologias agroecológicas consideradas importantes para a produção de alimentos e como elas interferem na mitigação da fome na região de Laranjeiras do Sul. O trabalho foi desenvolvido nas disciplinas de Oficina Interdisciplinar I e II, no Programa de Pós Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável (PPGADR), como parte integrante de um projeto interdisciplinar que aborda a problemática da fome. Realizou-se a pesquisa em dois momentos distintos, sendo o primeiro na 8ª FESA, com observação participante, desde a organização, participação e aplicação de questionários aos camponeses da região participantes na feira. O segundo momento da pesquisa, direcionou-se à imersão e vivência, na unidade de produção camponesa. A 8ª FESA, realizada em 11 de novembro de 2023, destaca a diversidade de exposição de produtos e serviços da região, oriundos principalmente da agricultura camponesa, como exposição de produtos processados e in natura, sementes e mudas crioulas, praça de alimentação, artesanatos e serviços de assessoria. Também teve oficinas e apresentações culturais e artísticas. Os grupos presentes na feira eram de 14 municípios, sendo em sua maioria da região Cantuquiriguaçu. A partir dos questionários, verificou-se que as práticas mais comuns entre os agricultores entrevistados foram o plantio consorciado, a agrofloresta e a cobertura de solo, sendo relatadas por 57,9% dos participantes. Em seguida, a rotação de culturas, a adubação verde e o uso de sementes crioulas emergiram como as tecnologias mais prevalentes, sendo adotadas por 52,6% dos agricultores. A adubação orgânica foi relatada por 42,6% dos entrevistados. Por fim, o tratamento alternativo de sementes, assim como as caldas e biofertilizantes, foram mencionados por 31,6% dos participantes. Com base nos dados da FESA, é possível observar que as tecnologias agroecológicas são práticas frequentes para os participantes, contribuindo na manutenção da qualidade dos sistemas e consequentemente, na produção de alimentos de forma sustentável. A experiência da unidade de produção observada no acampamento Recanto da Natureza, exemplifica um modelo de agricultura familiar camponesa que pode ser uma alternativa na mitigação da fome a nível local, com um potencial de oferta de alimentos para além da unidade. A diversidade de produtos associada à produção agrícola e manejo sustentável, com oferta contínua de alimentos ao longo do tempo, reduz a escassez de alimentos, garantindo a segurança alimentar e nutricional da família e demais consumidores.

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Publicado

20-09-2024

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Pesquisa - Campus Laranjeiras do Sul