PREVALÊNCIA DO GENE DE VIRULÊNCIA OIPA DA Helicobacter pylori EM AMOSTRAS DE MUCOSA ORAL
Palavras-chave:
Helicobacter pylori;, Trato gastrointestinal;, mucosa oral; oipAResumo
Descoberto na década de 1980, o Helicobacter pylori é estabelecido como agente carcinogênico gástrico, mas ainda carece de explicações sólidas quanto ao seu mecanismo de transmissão. Estudos recentes detectaram seu material genético na cavidade oral, o que ressalta a ideia de que a boca possa estar relacionada aos mecanismos de infecção e reinfecção dessa bactéria. Apesar da sua alta prevalência mundial, apenas uma pequena parcela dos indivíduos desenvolvem manifestações clínicas devido à colonização pelo H. pylori, o que contribui para o consenso de que mecanismo de resistência e virulência possam contribuir para a fisiopatologia dessa infecção. Dentre os fatores de virulência do H.pylori, destaca-se o gene oipA, responsável pela codificação da Proteína Inflamatória Externa (outer membrane inflammatory), o qual potencializa a secreção de citocinas como a interleucina (IL)-8, contribuindo para maiores níveis de estresse oxidativo e níveis de inflamação nos indivíduos com cepas oipA positivas. O objetivo do estudo foi avaliar a frequência do genótipo de Helicobacter pylori de acordo com a presença de gene de virulência oipA em amostras bucais de pacientes sintomáticos para problemas gastrointestinais em atendimento ambulatorial e descrever as características sociodemográficas e de saúde dos pacientes estudados. Trata-se de um estudo transversal realizado na cidade de Passo Fundo, RS. O trabalho é um recorte do estudo prévio, cujas amostras foram coletadas no período de 2020 a 2023 de pacientes acima de 18 anos que aguardavam atendimento nos ambulatórios da Universidade Federal da Fronteira Sul campus Passo Fundo. Aplicou-se um questionário sociodemográfico e de saúde, seguido da coleta de amostras da cavidade oral por esfregaço da mucosa com escova cervical estéril. A presença do DNA H.pylori nas amostras foi determinada através da técnica de Reação em Cadeia de Polimerase(PCR), sendo que as amostras positivas foram avaliadas para detectação do gene de virulência oipA por PCR utilizando-se iniciadores específicos para essa região genômica. A amplificação dos genes foi verificada através da eletroforese em gel de agarose 1,5%. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFFS. A análise estatística consistiu na distribuição de frequências absolutas e variáveis descritivas, através do programa PSPP, de distribuição livre. Foram incluídos 64 pacientes sintomáticos para problemas gástricos (autorrelato de dispepsia, azia, náuseas e vômitos), sendo que o gene oipA estava presente em 21,8% desses pacientes. A maioria desses pacientes eram adultos (64,3%), do sexo feminino (57,8%), moradores de zona urbana (85,7), não tabagistas (57,25) e etilistas (64,3%). O uso de Inibidores da bomba de prótons foi referido apenas por 28,6% da amostra. Conclui-se que a maioria dos indivíduos com problemas gástricos sao adultos, mulheres, não tabagistas ou etilistas, e que cerca de cerca de 1/5 de pacientes com sintomas gástricos possui cepa virulenta de H. pylori na cavidade oral, o que sugere que, além de reservatório para a bactéria, a cavidade oral possa estar envolvida no desenvolvimento de problemas gástricos de difícil manejo.
Palavras-chave: Helicobacter pylori; Trato gastrointestinal; mucosa oral; oipA.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.