ACHADOS BIOQUÍMICOS SUGESTIVOS DE DIABETES MELLITUS EM QUATIS (Nasua nasua) DE VIDA LIVRE NO PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU

Autores

  • Mel Takazono Lemes Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Nicole Wirschke de Azevedo
  • Andriel Gustavo Felichak

Palavras-chave:

Procionídeo, Silvestre, Conservação

Resumo

O Serviço de Atendimento a Animais Silvestres (S.A.A.S.) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em colaboração com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), conduziu uma investigação para avaliar quatis (Nasua nasua) de vida livre no Parque Nacional do Iguaçu. Foram capturados 17 indivíduos, os quais foram contidos com o auxílio de puçás e luvas de couro, e imediatamente sedados via intramuscular com uma associação de Tiletamina e Zolazepam (Zoletil® 50) na dose de 7mg/Kg. O peso dos animais foi inicialmente estimado com base no tamanho e porte dos mesmos. Após a sedação, os quatis foram pesados, microchipados no espaço subcutâneo da linha média dorsal, e foi realizada coleta de sangue através da venopunção da veia jugular. Para as análises bioquímicas, 5 mL de sangue foram coletados em tubos sem anticoagulante, utilizando uma seringa de 5 mL e agulha 25 x 8 mm. Amostras de urina também foram obtidas por cistocentese para a realização da urinálise. Os materiais coletados foram mantidos a uma temperatura de 4ºC e encaminhados à Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária Universitária (SUHVU) da UFFS para posterior avaliação. Dentre os 17 indivíduos, destacou-se um espécime macho, adulto, de 108 cm de comprimento total, pesando 9,6 kg, no qual observou-se presença de elevados níveis de glicose na urina e considerável aumento da concentração de glicose circulante, que foi de 219 mg/dL, enquanto a média total da população avaliada foi de 74,82 mg/dL. A interação antrópica com animais de vida livre pode causar alterações nutricionais significativas nesses indivíduos, aumentando o risco de desenvolvimento de condições de ordem nutricional e metabólica. Entre estas, a diabetes mellitus pode surgir como resultado da ingestão crônica de alimentos ricos em carboidratos e açúcares. Nesse contexto, o monitoramento contínuo das populações de vida livre torna-se essencial para monitorar a saúde desses animais e diagnosticar possíveis distúrbios decorrentes do contato próximo com populações humanas. Além disso, essa avaliação é vital para conscientizar o público sobre os riscos de fornecer alimentos para esses animais.

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Publicado

13-10-2024

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Pesquisa - Campus Realeza