Hemoncose em Ovinos necropsiados entre os anos de 2014 a 2024 na Universidade Federal da Fronteira Sul

Autores

  • Ketlin Eduarda Gazzola Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Amália Vitória Zimpel
  • Arthur Barbosa Natel
  • Maria Eduarda Pogorzelski
  • Eduardo Augusto Bissani
  • Ana Victória Silva
  • Dalila Moter Benvegnú
  • Fabiana Elias

Palavras-chave:

Haemonchus contortus; Verminoses em ovinos; Necropsia em ovinos; Lesões por Haemonchus contortus.

Resumo

O Haemonchus contortus, conhecido como causador da Hemoncose, é um parasita nematódeo hematófago. Este parasita é o principal causador de doenças parasitárias que acometem ruminantes, principalmente ovinos e caprinos. Geralmente encontrado no abomaso de poligástricos em fase adulta, medindo aproximadamente 1 a 2,5 cm de comprimento. Entre os sintomas mais comuns nos casos agudos há uma gastroenterite, ocasionada por lesões na mucosa digestiva, associando-se a perda sanguínea do organismo, disfunções na absorção dos nutrientes, diarréia líquida ou pastosa, que por vezes pode vir acompanhada de sangue e, consequentemente, a ocorrência de anemia. Enquanto na fase crônica há uma maior debilidade, pois há a ocorrência de um edema submandibular, que associado à gastrite ocasionada pelo nematódeo faz com que o animal não consiga se alimentar adequadamente, provocando uma diminuição significativa na produção de leite e carne, emagrecimento e anemia severa e posterior morte. Diante disso, o objetivo do presente trabalho é avaliar os casos de hemoncose diagnosticados em ovinos submetidos a necropsia em um período de 10 anos no Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Realeza. Desta forma, entre os anos de 2014 a 2024 foram realizadas 21 necropsias em ovinos, dentre esses, 8 animais foram diagnosticados com a verminose, com idades variando de 2 meses a 4 anos, sendo a maioria fêmeas. Os principais achados de necropsia foram, abomasite associada a presença do parasita Haemonchus contortus, que por vezes se estendia até o intestino causando uma enterite, além de anemia variando de moderada a acentuada, caracterizada por mucosas hipocoradas, edema submandibular, hidropericárdio, ascite e hidrotórax moderado. Diante disso, a prevalência da hemoncose foi de 38,85% em necropsias envolvendo ovinos na Universidade, demonstrando que essa doença se faz muito presente na criação ovina, principalmente quando esses animais se encontram em condições desfavoráveis de manejo, como a superpopulação, alimentação inadequada ou com baixos teores de nutrientes, sem o devido controle sanitário necessário. Assim sendo, a necropsia aparece como uma ferramenta essencial para identificar e compreender os danos patológicos causados pela doença, como abomasite, enterite, ascite, anemia severa e outras consequências decorrentes da doença. A detecção precisa das lesões e sintomas clínicos associados permite a implementação de estratégias de manejo e controle mais eficazes, evidenciando a necessidade de melhorias nas práticas sanitárias e de manejo para reduzir a incidência e impacto da hemoncose em rebanhos ovinos.

Downloads

Publicado

13-10-2024

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Extensão & Cultura - Campus Realeza