Boate Kiss
Reflexões sobre os problemas estruturais e possíveis soluções
Palavras-chave:
Incêndio; superlotação; edificações; NBR 9077Resumo
Este resumo expandido foi elaborado no componente curricular de Iniciação à Prática
Científica da graduação em Arquitetura e Urbanismo na área das Ciências Sociais Aplicadas
do campus Erechim desta instituição. A partir de um estudo mais amplo produzido no
componente curricular Matemática C, aqui visa apresentar reflexões sobre o incêndio
ocorrido na Boate Kiss, localizada na cidade gaúcha de Santa Maria, que aconteceu em
janeiro de 2013 e vitimou 242 pessoas e 636 feridos. A escolha por tal tema se deu em
virtude de que o mesmo está intrinsecamente ligado a questões técnicas, tais como: normas
de segurança contra incêndios, capacidade de lotação, saídas de emergência, revestimento
acústico, sinalização, entre outras. Além disso, considera-se relevante discutir esta temática
que deixou marcas nas histórias dos entes queridos dos envolvidos, da cidade e do estado.
O objetivo deste estudo foi o de apresentar alguns problemas estruturais da Boate Kiss, bem
como possíveis alternativas que poderiam evitar o incêndio. Falta de ventilação, de
iluminação adequada, de saídas de emergência, os tamanhos inadequados das portas, bem
como a capacidade de passagem por elas, são os aspectos que contribuíram para a tragédia.
Ademais, a existência de barras de metal atrapalhando o caminho e o revestimento acústico
impróprio para o local aumentaram a gravidade do ocorrido. Para obter tais dados, fez-se
uma pesquisa bibliográfica em artigos científicos, livros e produções cinematográficas.
Foram realizados também cálculos para identificar possíveis soluções dos problemas
citados. Dentre eles, a capacidade máxima da boate não foi respeitada, visto que, na ocasião
havia, aproximadamente, 1500 pessoas. Sendo que, considerando os cálculos feitos de
acordo com o NBR 9077 o recomendado para o local seria a capacidade máxima de 690
pessoas. Diante disso, percebe-se como esse fator ocasionou superlotação e impactou na
segurança e no conforto do público. Espera-se com este estudo, contribuir para a
conscientização dos leitores a fim de que fiquem atentos aos lugares que frequentam, e
principalmente, aos lugares que projetam. É imprescindível ter consciência e coragem de
cobrar, seja do poder público ou dos proprietários dos espaços, que esses estejam dentro das
normas e com a documentação em dia. Isso é proposto na Lei Complementar Nº 14.376, de
26 de dezembro de 2013, criada após o acidente, a qual estabelece normas sobre segurança,
prevenção e proteção contra incêndios nas edificações e áreas de risco no estado do Rio
Grande do Sul.
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