ÚLCERA DE ABOMASO ASSOCIADA A CHOQUE HIPOVOLÊMICO E PERITONITE
RELATO DE CASO
Palavras-chave:
Pecuária leiteira; doenças gastrointestinais; hipovolemia; choque; necropsia.Resumo
A pecuária leiteira é o setor com maior importância para economia do Sudoeste paranaense, sendo essa região considerada a principal bacia leiteira do estado. Diante disso, houveram cada vez mais interesses por incrementos na produtividade a partir de seleções genéticas e aumento da capacidade digestiva dos animais, ocasionando, como consequência, um aumento na suscetibilidade para ocorrência de doenças metabólicas e digestivas no rebanho. Dentre todas as doenças que afetam o trato digestivo de bovinos leiteiros, a úlcera de abomaso é a mais recorrente nas propriedades. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de úlcera de abomaso associada a choque hipovolêmico em um bovino submetido a necropsia pelo laboratório de Patologia Veterinária da UFFS como parte do projeto de extensão intitulado diagnóstico anatomopatológico. Foi realizado a necropsia de um bovino, fêmea, holandês com aproximadamente 5 anos de idade e pelagem de coloração predominantemente preta entremeada com manchas brancas. Na inspeção externa, notou-se mucosas oral, ocular e vulvar acentuadamente hipocoradas, e presença de fezes enegrecidas com líquido serosanguinolento mucoso em região anal. Com a abertura da cavidade abdominal, foi possível a visualização de líquido translúcido, levemente opaco, amarelado a avermelhado e placas de material gelatinoso, opaco e amarelado recobrindo partes dos órgãos da porção mais cranial. O Fígado apresentou-se difusamente pálido com áreas esbranquiçadas entremeadas com áreas mais escurecidas onde, ao corte, foi notória o padrão de acentuação do padrão lobular. Ao exame do abomaso, observou-se acentuada quantidade de líquido serosanguinolento e viscoso ocupando toda a porção luminal e extravasando para o intestino. Além do mais, o abomaso apresentou-se com mucosas espessa e de coloração avermelhada, com presença de múltiplas áreas focais de descontinuidade do epitélio onde, por vezes, encontravam-se perfurando a parede e alcançando a cavidade. Com a abertura da cavidade torácica, notou-se a presença de líquido no assoalho da cavidade, além de placas de material fibrinoso aderidas à pleura parietal. Pode-se concluir que, devido a grande quantidade de lesões erosivas e ulcerativas na mucosa do abomaso resultou em peritonite, hemorragia grave e posterior choque hipovolêmico, resultando na morte do animal.
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