LITERATURA PARANAENSE:

REAVIVAMENTO E RECORDAÇÕES EM CENTRO DE CONVIVÊNCIA DE IDOSOS NA OPERAÇÃO RONDON

Resumo

A Operação Rondon Paraná 2023 é o maior projeto de extensão universitária do Estado do Paraná. Em 2023, envolveu a presença de 150 acadêmicos, das mais diversas áreas de graduação, 28 docentes, unindo todas as universidades públicas estaduais do Estado do Paraná em ações que atingiram diretamente a vida 14.700 pessoas. Este texto visa descrever a aplicação prática da Oficina de Literatura Paranaense no Centro de Convivência dos Idosos, na localidade de Shangri-lá, no município de Pontal do Paraná. Resgatar a memória e a obra de autores paranaenses consagrados, promover a interação entre participantes e público presente, explorar a oralidade, despertar o (re)descobrimento da poesia como arte de transformar emoções em palavras e vivenciar a salutar troca de experiencias na sabedoria dos mais velhos, foram objetivos centrais atingidos e reconhecidos por todos os envolvidos. Nomes como Emílio de Menezes e Emiliano Perneta, muitas vezes são lembrados apenas como denominações de logradouros, ruas, avenidas e praças. Suas obras, infelizmente, são pouco, ou nem mesmo estudadas em nossas instituições escolares, e são autores do Paraná. O misterioso e recluso Daltan Trevisan, nosso vampiro de Curitiba, poucas vezes é mencionado, e uma ou outra obra recordada. Helena Kolody, em nosso Estado, é reverenciada em poucas instituições, normalmente em aquelas com alguma ligação de sua ascendência ucraniana. Alice Ruiz passa quase desapercebida, por vezes reconhecida como “viúva do Leminiski”, e sua obra, mais de vinte livros, dois prêmios Jabuti, duas centenas de composições musicais, interpretadas por diversos cantores(as) de destaque, não tem merecido a atenção e o reconhecimento que lhes cabe. O próprio Paulo Leminski, este sim bastante lembrado, mas o nome da “Pedreira” acaba se destacando mais que sua obra. Recordar, estudar, e, principalmente, ler, interpretar e declamar, estes autores, foi a proposta apresentada e aprovada para oficinas da Operação Rondon Paraná. A metodologia pouco ortodoxa empregada demonstrou a eficiência de abordagens mais próximas da realidade do público, provocando a necessária aproximação dos meios acadêmicos junto à população, e promovendo a inclusão dos idosos.