A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL NO BRASIL E SUAS RELAÇÕES COM O CURRÍCULO DE CIÊNCIAS

Autores

Palavras-chave:

Educação Integral, Políticas Educacionais, Propostas Curriculares

Resumo

Este estudo tem como tema as articulações entre a Educação em Tempo Integral e o Ensino de Ciências, um estudo de Propostas Curriculares. Com o objetivo de analisar as concepções de Educação em Tempo Integral (ETI) através de um resgate histórico da educação brasileira e suas articulações com o currículo escolar de ciências. O estudo possui uma abordagem qualitativa, a partir da pesquisa bibliográfica e documental, foram identificados 5 documentos curriculares legais que abordam a ETI, que constituem marcos históricos brasileiros e o currículo da Educação Básica. A partir da leitura e por meio de Análise de Conteúdo (AC), Bardin (2011) através da busca de documentos ao longo da história da educação, foram identificados os seguintes: i) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/1996); ii) Plano Nacional de Educação (PNE)/Lei n. 10.172/2001; iii) Programa Mais Educação (PME)/Decreto n. 7.083/2010; iv) Plano Nacional de Educação (PNE)/Lei n. 13.005/2014; v) Base Nacional Comum Curricular(BNCC)/ Resolução CNE/CP n. 02/2018. Foram analisados um total de 23 excertos, organizados em ordem cronológica de desenvolvimento. Através da análise foi possível identificar as concepções de ETI nestes documentos históricos da educação no País e suas relações com o currículo. Ao abordar sobre a Educação Integral no contexto das políticas educacionais brasileiras, estas vêm se consolidando por meio de programas educacionais e da implementação de políticas em âmbito nacional, regional e local que se articulam com os territórios. Em um contexto histórico das políticas educacionais brasileiras, a ETI constitui-se como direito universal, com enfoque principal nas classes populares, e começa a ser discutida no Brasil a partir da primeira metade do século XX. Com relação ao currículo do ensino de Ciências, tendo em vista a formação integral dos estudantes, a BNCC (Brasil, 2018) busca dar-lhes suporte para desenvolver os conhecimentos éticos, políticos, culturais e científicos a fim de adotarem uma postura ativa perante discussões que influenciam sua vida e sua comunidade. Ressalta também a percepção em relação ao comprometimento com a educação integral, pois, o currículo traz uma proposta de concepção do conhecimento contextualizado na realidade local, social e individual do aluno, este é visto como um ser investigativo, capaz de criar hipóteses e desenvolver soluções, inclusive tecnológicas. As articulações entre o Ensino de ciências e a ETI, envolvem o fato de que ambas possibilitam o desenvolvimento integral do aluno, defendendo um ensino de qualidade. Sendo assim, a ETI é fundamental para a constituição do ser humano em sua totalidade, indo além da mera permanência do estudante em tempo/espaço integral na escola. 

Biografia do Autor

  • Rúbia Emmel, UFFS

    Possui Licenciatura em Pedagogia, pela Sociedade Educacional Três de Maio - SETREM (2008), Especialização em Educação Infantil e Alfabetização (2009), Mestrado em Educação Nas Ciências pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUí (2011) e Doutorado em Educação Nas Ciências pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUí (2015). Durante o Curso de Doutorado, participou de Projeto de Pesquisa: Concepções de Saúde e Educação para a Saúde na formação continuada de Professores: contribuições a organização curricular da educação básica e superior, no Centro de Investigação e Estudos da Criança, da Universidade do Minho, Braga, Portugal. Foi professora em turmas de Projetos Específicos, Estimulação Precoce e Pré-escola de uma Escola de Educação Especial. Foi professora de Educação Infantil, Ensino Fundamental: anos iniciais e anos finais, em uma escola da rede particular de ensino. Atuou como professora de Educação Básica, na Educação Infantil, no Ensino Fundamental, anos iniciais, em escolas da rede pública municipal em Giruá e Santa Rosa. Atuou como Pedagoga/Técnica Administrativa em Educação, junto ao Departamento de Ensino do Câmpus Feliz, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul. Foi professora de ensino superior, no Curso de Licenciatura em Pedagogia da Sociedade Educacional Três de Maio/SETREM. Foi Professora Adjunta, Magistério Superior, no Curso de Licenciatura em Pedagogia, da Universidade do Tocantins - UFT, Câmpus Arraias. Atuou como Professora de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, no Instituto Federal do Rio Grande do Sul, IFRS, Câmpus Feliz, na área da Pedagogia. Atualmente é Professora de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, no Instituto Federal Farroupilha, IFFAR, Câmpus Santa Rosa, na área de Pedagogia, nos Cursos de Licenciatura em Matemática e Licenciatura em Ciências Biológicas. Professora do Quadro permanente do PPGEC - Mestrado em Ensino de Ciências, na linha de pesquisa: Políticas Educacionais e Currículo. Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Políticas Públicas Educacionais e Práticas Pedagógicas - GEPPEPPE, UFFS (Universidade Federal Fronteira Sul). No IFFAR atua como Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Multidisciplinar em Ensino de Ciências, atuando nas linhas: Processos de Ensino e de Aprendizagem; Práticas docentes no ensino de ciências; Políticas Curriculares e Formação de Professores de Ciências; Epistemologia, História e Filosofia da Ciência. Tem experiência na área de Educação, com ênfase na Pedagogia, atuando principalmente nos seguintes temas: Currículo e Ensino de Ciências, Formação de Professores, Constituição Docente, Fundamentos e Metodologias do Ensino de Ciências, Gênero, História da Ciência, Educação Infantil, Pesquisa em Educação, Investigação-ação, Práticas de Ensino e Estágio Supervisionado, Livro didático, Cultura escolar, Políticas Educacionais, Gestão Educacional, Coordenação Pedagógica. 

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Publicado

05-09-2024

Edição

Seção

Ciências Humanas - Pesquisa - Campus Cerro Largo