AÇÕES DE SAÚDE COLETIVA NA CASA DE PASSAGEM EM CHAPECÓ-SC - TESTAGEM RÁPIDA PARA ISTS E ORIENTAÇÕES SOBRE TUBERCULOSE

Resumo

Mesmo sendo uma questão que acomete principalmente as grandes metrópoles desde o século XX devido ao êxodo rural e aos processos migratórios, a presença de pessoas em situação de rua não se restringe apenas aos grandes centros, estando também presente em cidades de médio porte, como Chapecó. É crucial destacar a maior suscetibilidade dessa população a Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), tuberculose e suas consequências. Estudos mostram que a probabilidade de um morador de rua desenvolver tuberculose é 58 vezes maior em comparação ao restante da população. Dessa forma, durante as atividades de ensino do projeto CCR Saúde Coletiva V, do curso de Medicina, foi realizado um projeto de extensão curricularizada com o objetivo de realizar a testagem para ISTs (destacando testes para sífilis, HIV, hepatites B e C) e oferecer orientação sobre tuberculose às pessoas em situação de rua, considerando a elevada incidência e prevalência dessas condições. No local de trabalho das atividades, a Casa de Passagem, que atende a população em situação de rua na cidade de Chapecó-SC, optou-se pela realização de testes rápidos para sífilis, HIV e hepatites B e C, bem como pela orientação e educação em saúde sobre tuberculose. Durante a realização dos testes, alguns resultados foram positivos para sífilis, HIV e hepatite. Esse processo foi de extrema importância para os alunos, pois proporcionou contato direto com a realidade do tratamento de pessoas em situação de vulnerabilidade e ressaltou a relevância do suporte e acompanhamento necessário. Os testados positivos foram encaminhados, com toda a orientação necessária, para confirmação e tratamento futuro em unidades de saúde. Em todos os casos, foi discutida a importância do uso de proteção durante o sexo e como isso pode influenciar o contexto e a suscetibilidade às infecções. Além dos testes, foi realizada uma orientação adequada sobre a tuberculose, abordando as particularidades da doença e como os moradores devem agir caso suspeitem de contaminação ou agravamento da infecção. Durante a visita, também foram promovidos diálogos e conversas abertas com os moradores. Foi perceptível como o contexto da rua e o uso de drogas impactaram suas vidas e famílias, além dos grandes sonhos de mudança de vida que frequentemente não se concretizam devido aos vícios. Como considerações finais, observa-se a extrema importância dessas atividades tanto para a população atendida quanto para os formandos. Essas ações proporcionam experiências valiosas, melhoram a qualidade de saúde e vida e promovem acolhimento e cuidado, considerando que essa população frequentemente é marginalizada e desconsiderada pela sociedade.