HIPOCALCEMIA EM VACA LEITEIRA: RELATO DE CASO

Autores

  • Gabrielle Gomes Galdino Universidade Federal da Fronteira Sul
  • João Neukamp Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Alisson Macagnan Centro de Treinamento para Pecuaristas - CTP
  • Jonatas Cattelam

Palavras-chave:

Bovinocultura de Leite;, Febre do Leite;, Doença Metabólica;, Período Puerperal;, Síndrome da Vaca Caída.

Resumo

A maior concentração das doenças em vacas leiteiras ocorre no período pré e pós-parto,
também conhecido como período de transição. A hipocalcemia consiste de distúrbio
metabólico-nutricional resultante do desequilíbrio na regulação da concentração de cálcio
(Ca) no sangue, devido à demanda do mineral na produção de colostro e início da
lactação. A maioria dos casos ocorre nas primeiras 12 a 24 horas após o parto. Em
situações severas pode culminar com a morte do animal e gerar impactos para pecuária
leiteira, pois afeta a longevidade das fêmeas. As vacas com hipocalcemia apresentam
quadro clínico que inclui dificuldade para permanecer em estação, depressão, anorexia,
temperatura corporal subnormal, dispnéia, tremores musculares, paralisia flácida, inibição
da micção e da defecação e, em casos avançados, perda da consciência, coma e morte.
Sabe-se que vacas leiteiras acometidas pela doença, estão mais propensas a complicações
secundárias como retenção de placenta, prolapso de útero, deslocamento de abomaso,
redução da ingestão de alimentos, acidose ruminal, cetose, baixo desempenho reprodutivo
e mastites. O diagnóstico clínico é realizado através do histórico do animal que se
apresenta sadio, normal, sem alterações e de repente se encontra impossibilitado de se
locomover ou incapaz de levantar após o parto, em associação aos exames físicos e
laboratoriais. O presente estudo, tem como objetivo relatar um caso de hipocalcemia em
vaca da raça Holandesa no Centro de Treinamento para Pecuaristas - Castro, Paraná. No
dia 01/08/2024 foi atendida, menos de 24 horas após o parto, uma vaca de segunda cria da
raça Holandesa, com 37 meses de idade, aproximadamente com 500 kg e escore corporal
de 4,0 pontos (escala de 1,0 a 5,0 pontos). A queixa principal relatada era que o animal,
após parir, encontrava-se em decúbito esternal e relutante em ficar em estação. Após a
observação do histórico do animal e os sinais clínicos, diagnosticou-se como
Hipocalcemia, popularmente conhecida como a febre do leite. Devido à situação crítica
que o animal se encontrava o tratamento foi iniciado a campo, pois era inviável levar o
animal para outro local. Inicialmente foi administrado 1,0 L de solução Pradocálcio®
associado a 20 mL de Catofós B12® via endovenosa (veia mamária) com infusão lenta.
Aproximadamente 15 minutos após o início da administração dos medicamentos, o animal
já se encontrava em estação e aparentemente bem. Com isso, o animal ao demonstrar que
possuía capacidade para se locomover e estabilização do quadro, o mesmo foi direcionado
a sala de medicamentos onde foi aplicado Monovin B1® 20 mL e finalização do
tratamento. A vaca após a sua melhora, foi transferida para sala de espera da ordenha e a
evolução final do quadro foi a cura com a produção normal de leite. O presente relato
demonstra a ocorrência da hipocalcemia, uma condição séria que afeta a grande maioria
das vacas periparturientes promovendo riscos para outras doenças, que por consequência
pode trazer prejuízos econômicos ao rebanho leiteiro. Embora seja uma condição
complexa, a hipocalcemia é passível de tratamento e plena recuperação dos animais
acometidos.

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Publicado

13-10-2024

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Pesquisa - Campus Realeza