URTICÁRIA CRÔNICA

PERSPECTIVAS E TRATAMENTOS

Autores

Palavras-chave:

Urticária, Urticária crônica, Angioedema, Tratamento

Resumo

A urticária é uma lesão cutânea caracterizada por uma área de inchaço central de vários tamanhos, geralmente com eritema circundante e sensação de coceira ou queimação, apresenta-se por até 24 horas, seguido do retorno ao estado normal da pele. Também pode apresentar-se na derme, tecido subcutâneo e membranas mucosas, neste caso, caracterizada como angioedema e com sintomas que podem perdurar por até 72 horas. Essa doença também gera impactos como diminuição da produtividade e da qualidade do sono e aumento de comorbidades psicológicas. A recorrência por, no mínimo, seis semanas caracteriza a urticária crônica, condição que não possui cura, apenas tratamento para minimização dos sintomas. Ainda, as terapias farmacológicas disponíveis apresentam sucesso variável e não regulam o equilíbrio inflamatório da pele a longo prazo. Desta forma, considerando que as terapias atuais não são eficazes para controlar a doença, é importante avaliar as possibilidades de tratamento, a fim de buscar novas abordagens de manejo dos sintomas. Assim, o objetivo desse trabalho foi investigar as principais terapias atuais para a urticária crônica. A metodologia consistiu em revisão integrativa da literatura por meio de pesquisa nas bases de dados PubMed e ScienceDirect utilizando os descritores “urticaria”, “chronic spontaneous urticaria”, “guidelines”, “therapies” e “treatment” e o operador boleano “and”. Como resultado, observou-se que a segunda geração de anti-histamínico H1 é a primeira linha de terapia para urticária crônica, sua administração pode ser realizada com aumento de até quatro vezes da dosagem quando não há melhora dos sintomas com a dosagem inicial. Com relação ao anti-histamínico, mais da metade dos pacientes com urticária crônica não apresenta benefícios com a dosagem padrão, necessitando da dosagem adicional. Além disso, é destacado que até metade dos pacientes tratados com anti-histamínicos não apresentam melhora e necessitam de medicações adicionais. A imunoterapia com omalizumabe é o único outro tratamento licenciado para urticária em pacientes que não apresentam melhora com o tratamento de anti-histamínicos. Essa imunoterapia atua bloqueando a imunoglobulina E e inibindo sua interação com receptores FceRI em basófilos e mastócitos, evitando sua ativação. Apesar de essas serem as únicas terapias atualmente reconhecidas para o tratamento, estudos sugerem a utilização de outras medicações para complementar o efeito terapêutico não alcançado em pacientes refratários. Nesse sentido, medicamentos imunossupressores podem auxiliar a reduzir autoanticorpos e células T ativadas, contribuindo para o tratamento. Entretanto, tais imunossupressores apresentam diversos efeitos colaterais, tornando necessário um monitoramento ativo durante o tratamento. A ciclosporina é um medicamento imunossupressor utilizado de forma complementar em combinação com anti-histamínico ou omalizumabe, seu uso é relacionado com reações como disfunção renal e hipertensão. Devido à diferente responsividade dos pacientes aos sintomas da urticária crônica, outros imunossupressores também são apresentados como tratamentos off-label como metotrexato, azatioprina e micofenolato mofetil. Ademais, a busca por terapias adjuvantes que possam ser utilizadas para melhorar a resposta aos sintomas da urticária crônica também aponta o uso de probióticos como uma promissora possibilidade. Assim, nota-se a necessidade de continuar as buscas por novas abordagens terapêuticas que possibilitem o controle eficaz dos sintomas de forma segura ao paciente.

Downloads

Publicado

26-09-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Extensão & Cultura - Campus Chapecó