CISTITE FIBRINONECRÓTICA PERFURADA EM FELINO

RELATO DE CASO

Autores

  • Milena Kaschak Marcello UFFS
  • Isabela Bonini Sanches Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Larissa Dahmer de Moraes Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Natalia Fernanda Nunes de Farias Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Thamires da Conceição Santos Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Danieli de Oliveira Loeve
  • Leonardo Gruchouskei
  • Fabiana Elias Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Vesícula urinária; Necropsia; Uretrite Fibrinosa

Resumo

A cistite é uma inflamação da vesícula urinária, que ocorre quando bactérias como microrganismos conseguem superar os mecanismos de defesa naturais, aderindo ou invadindo a mucosa da vesícula urinária. Isso geralmente acontece devido a fatores como retenção urinária e micção incompleta, que diminuem as funções antibacterianas da urina, como a acidez e a presença de imunoglobulina A, que normalmente previnem infecções. Quando grave, a cistite pode causar espessamento da parede da vesícula urinária, necrose da mucosa e, em casos crônicos, causar hiperplasia e fibrose da lâmina própria. Além disso, pode evoluir para septicemia, com a disseminação de bactérias pela corrente sanguínea e o possível desenvolvimento da Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS), resultando em falência múltipla dos órgãos e choque séptico. Assim, o objetivo deste trabalho é relatar um caso incomum de cistite fibrino necrótica perfurada em felino. Foi realizada necropsia em  aula prática de patologia especial veterinária I da Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Realeza - Paraná, de um felino, três anos de idade, macho, SRD e castrado, que apresentava um histórico de doença do trato urinário inferior dos felinos (DTUIF) recorrente, resultando em penectomia. Após seis meses, o animal desenvolveu doença renal crônica (DRC) e veio a óbito. Durante o exame post morte, os achados da necropsia revelaram que a vesícula urinária estava distendida, com perda de tônus muscular, apresentando uma comunicação (perfuração) na região de inserção do úraco, a qual permitia o extravasamento de urina para a cavidade abdominal, ainda, placas de fibrina foram encontradas na mucosa da vesícula urinária e na uretra. Os rins não apresentavam alterações. Desta forma,  a comunicação focal na região do úraco, permitiu o gotejamento de urina para a cavidade abdominal, promovendo a reabsorção de urina pelo organismo, resultando em azotemia, e mimetizando o diagnóstico de doença renal. Portanto o diagnóstico morfológico concluiu-se por uma cistite fibrinonecrótica com perfuração. Destarte, a relevância da necropsia, principalmente em casos inconclusivos ou atípicos, possibilita entender o que acometeu o animal, identificar padrões para diagnóstico e qual a melhor abordagem futura na clínica, ademais o conhecimento apreendido durante as necropsias é de grande valia para os alunos, que com base nos conhecimentos adquiridos, podem chegar a um diagnóstico em sua carreira profissional. Bem como, a importância de compartilhar esse conhecimento para com a comunidade.

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Publicado

13-10-2024

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Ensino - Campus Realeza