CRIPTOCOCOSE EM FELINO
RELATO DE CASO
Palavras-chave:
Necropsia, Histopatologia, Felino, ZoonoseResumo
A Criptococose é uma doença causada por fungos do gênero Cryptococcus, no qual C. neoformans e C. gattii são as espécies patogênicas, respectivamente encontrada nas fezes de aves, comumente pombos urbanos, e C. gatti no solo, frutas, mucosa oronasal e pele de indivíduos saudáveis. A doença pode infectar mamíferos, aves e seres humanos, isso ocorre quando os fungos são inalados, acometendo principalmente animais imunologicamente comprometidos, e atacando sobretudo o trato respiratório superior, inicialmente, caracterizada como uma rinite micótica assintomática, pode disseminar-se pelos pulmões, e pelo Sistema Nervoso Central. O Cryptoccocus possui características micromorfológicas que incluem elementos de formato esférico, possuindo ou não brotamentos, medindo de 4 a 20mm, envolvidos por uma cápsula gelatinosa. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de criptococose em um felino diagnosticado na aula prática de Patologia Especial Veterinária II da Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Realeza, Paraná. Tratou-se de um um felino, macho, 5 anos de idade, SRD, pelagem cinza, com escore de condição corporal 2 em escala de 1 a 9. Ao exame externo, notou-se um aumento de volume nos seios paranasais, englobando todo o centro da face, projetado para lateral direita, com descontinuidade da pele, expondo o tecido adjacente amarelado com aspecto gelatinoso, aproximadamente 6 cm, seguido por uma lesão descendente, nas narinas, de coloração avermelhada, igualmente com descontinuidade da pele, aproximadamente 2 cm. A mucosa oral, anal, prepucial e ocular encontravam-se hipocoradas, com olhos fundos na órbita. Também, observou-se aumento nos linfonodos cervicais, apresentando textura gelatinosa ao corte, sem diferenciação de córtex e medula. O exame cito e histopatológico revelou a presença de inúmeras estruturas leveduriformes basofílicas de formato pequeno e arredondado, circundadas por cápsulas espessas, confluentes e descoradas, conferindo aspecto pálido ao material da lâmina, tanto da lesão de pele como nos linfonodos alterados, confirmando o diagnóstico de criptococose, que é realizado através de achados microscópicos, tais como histopatologia e exame direto, que foram realizados no animal, identificando a presença de leveduras, ou isolamento em cultivo e micosorologia, que também possibilita a identificação o agente. A criptococose acomete especialmente os felinos, considerada a micose sistêmica que mais os acomete. Trata-se de uma zoonose, portanto uma enfermidade de relevância à saúde pública, mesmo que não constituida como uma antropozoonose clássica, em virtude de seu agente não sofrer aerossolização a partir de tecidos ou secreções contaminadas, entretanto, pessoas imunossuprimidas, como portadores de HIV, câncer ou transplantados podem ser mais suscetíveis, em casos de contato direto. O tratamento é possível em casos de identificação precoce, anterior à apresentação neurológica, quando em acordo com o tutor, em vista do tratamento longo e custoso.
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