MATA ATLÂNTICA EM PERIGO

UM ESTUDO SOBRE A REDUÇÃO DA COBERTURA FLORESTAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS SOBRE A FAUNA NATIVA

Autores

  • Ellen Cristina Bronstrup UFFS - Erechim
  • Roberto Carlos Ribeiro UFFS - Erechim

Palavras-chave:

Ecologia; zoologia; conservação; endemismo.

Resumo

A Mata Atlântica é um dos biomas mais diversos e ameaçados do planeta. Ele é crucial, não apenas para a biodiversidade regional, mas, também, para o equilíbrio ambiental global. No entanto, a Mata Atlântica sofreu e continua a sofrer uma intensa exploração e devastação, resultando em uma drástica redução de sua cobertura original. A floresta nativa original inclui formações como a Floresta Ombrófila Densa e a Floresta Estacional Decidual, além de ecossistemas associados, como manguezais e restingas. O bioma possui um grande índice de endemismo, quando as espécies ocorrem apenas em uma região específica. Os objetivos deste estudo são demonstrar a ampla devastação da Mata Atlântica ao longo da história; identificar os principais fatores que contribuíram para essa devastação e analisar os impactos da destruição das espécies da fauna que habitam o bioma. A pesquisa se justifica pela importância crítica da Mata Atlântica, tanto em termos de biodiversidade quanto de funções ecológicas essenciais. Mesmo com apenas uma fração de sua cobertura original remanescente, a Mata Atlântica continua a desempenhar um papel vital na regulação do clima, no regime de chuvas e na manutenção de habitats essenciais para inúmeras espécies, muitas das quais estão em risco de extinção. Compreender os fatores que levaram à sua degradação e os impactos sobre a fauna é fundamental para desenvolver estratégias eficazes de conservação e restauração, garantindo a sobrevivência do bioma para as futuras gerações. A análise histórica revela que a exploração começou com a chegada dos portugueses, intensificando-se com a extração de pau-brasil, o cultivo de cana-de-açúcar e café, e a mineração. Na contemporaneidade, a expansão agrícola, a urbanização e a exploração de recursos naturais continuam a pressionar o bioma. Tais atividades resultaram em apenas 25% da cobertura original da floresta, com fragmentos dispersos e ameaçados. A metodologia empregada na pesquisa foi análise bibliográfica qualitativa, descritiva e explicativa. Foram revisadas fontes primárias, incluindo artigos científicos, livros, relatórios de organizações ambientais e dados oficiais de instituições governamentais, para reunir informações detalhadas sobre a história, os processos de degradação e os impactos na biodiversidade da Mata Atlântica. Tal abordagem permite uma visão holística dos desafios enfrentados pela Mata Atlântica e das medidas necessárias para sua preservação e recuperação. Os resultados indicam que a Mata Atlântica, que já cobriu vastas áreas do Brasil, hoje está reduzida a fragmentos dispersos, dos quais apenas 12,4% são considerados floresta madura e bem conservada. Atualmente, 60% da biodiversidade da Mata Atlântica é composta por espécies endêmicas, e muitas estão ameaçadas de extinção devido à contínua pressão humana, tais como: Melanophyniscus admirabilis (Sapinho-admirável-de-barriga-vermelha), Pulsatrix perspicillata (Murucututu), Leontophitecus rosalia (Mico-leão-dourado). Para mitigar os impactos, é essencial implementar estratégias eficazes de conservação e restauração, apoiadas por políticas públicas e colaboração entre setores. Concluiu-se que a manutenção da biodiversidade e das funções ecológicas da Mata Atlântica é vital, não apenas para a região, mas também para o equilíbrio global. Esta pesquisa contribui para a compreensão dos complexos desafios enfrentados pela Mata Atlântica e ressalta a necessidade urgente de ações coordenadas para sua preservação. 

Downloads

Publicado

07-10-2024

Edição

Seção

Ciências Biológicas - Ensino - Campus Erechim