PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE PRATICANTES DE ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO NOS PRIMEIROS 6 MESES DE IDADE

Autores

  • Julia Helena Glesse UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - PASSO FUNDO
  • Jéssica Boufleur
  • Maria Eduarda da Costa Rodrigues
  • Natasha Cecília Silva Vilela
  • Paulo Dambros Filho
  • Daniela de Almeida dal Maso
  • Shana Ginar da Silva
  • Renata dos Santos Rabello

Palavras-chave:

aleitamento materno exclusivo, atenção primária à saúde, nutrição da criança, saúde materno-infantil

Resumo

O aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade (AME6) é considerado globalmente como padrão-ouro indiscutível de alimentação para as crianças nessa faixa etária. Contudo, ainda apresenta muitos desafios, podendo ser influenciado por diversos fatores. O presente estudo almejou caracterizar o perfil da população de mulheres que realizaram AME6 com seus filhos, segundo aspectos clínico-epidemiológicos. Consiste em um recorte de pesquisa transversal realizada entre 2022 e 2023, compreendendo mulheres de 12 ou mais anos de idade, com filhos de até 24 meses, em acompanhamento na Atenção Primária de Passo Fundo (Rio Grande do Sul) e que realizaram AME6. Após aprovação ética, os dados foram obtidos a partir da aplicação de questionários desenvolvidos especialmente para a pesquisa. Para o perfil clínico-epidemiológico foram utilizadas as variáveis maternas de idade, cor da pele, escolaridade, estado civil, número de residentes no domicílio, número de filhos, atividade remunerada, renda, tabagismo e etilismo no momento da entrevista e durante a gestação, realização e correspondente serviço de pré-natal,  recebimento de informações sobre aleitamento materno, índice de massa corporal (IMC), número de comorbidades clínicas, gestacionais e psiquiátricas e autopercepção da saúde. A amostra final foi composta por 29 participantes, sendo a maioria mulheres com idade entre 19 e 25 anos (41,4%), cor branca (55,2%), com ensino médio (62,1%), casadas/vivendo com companheiro (62,1%), até 3 pessoas no mesmo domicílio (48,3%), apenas 1 filho (44,8%) e desempregadas (62,1%). A renda familiar de até 1 salário mínimo e mais de 2 salários ocorreu na mesma proporção (37,0% em ambas as categorias). Além disso, a grande maioria das participantes não eram tabagistas nem etilistas e nem o foram durante a gestação (93,1%, 65,5%, 92,6% e 100%, conforme ordem de citação). Ainda, todas realizaram o pré-natal (100%), sendo através de serviço público em 93,1% dos casos e com recebimento de informações sobre aleitamento materno (79,3%). Mais da metade (56,0%) eram não eutróficas (IMC inadequado), sem nenhuma comorbidade clínica, gestacional ou psiquiátrica (65,5%, 55,2% e 65,5%, respectivamente) e com autopercepção positiva da própria saúde (62,1%). Os resultados apresentados revelam uma diversidade de aspectos clínico-epidemiológicos que são essenciais para a caracterização de uma população até então pouco investigada. Considerando que o estabelecimento do AME6 pode ser influenciado por múltiplos fatores, como amplamente documentado na literatura, torna-se evidente a importância de compreender as particularidades da população-alvo, pois isso permite que intervenções sejam desenhadas para abordar as dificuldades específicas de cada grupo. Dessa forma, a implementação de ações direcionadas e personalizadas pode contribuir de maneira significativa para o alcance das metas globais de aleitamento materno exclusivo.

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Publicado

04-10-2024

Edição

Seção

Ciências da Saúde - Pesquisa - Campus Passo Fundo