SUBMISSÃO E RESISTÊNCIA

A REPRESENTAÇÃO FEMININA EM A NORMALISTA, DE ADOLFO CAMINHA

Autores

  • Sara Gabriela Novak Bottega UFFS
  • Sérgio Roberto Massagli Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

Palavras-chave:

Literatura e história, A normalista, Patriarcado, Representação da mulher

Resumo

O presente projeto propõe um estudo da obra A Normalista, de Adolfo Caminha, por meio da análise e observação da condição feminina sob a ótica realista-naturalista nos diferentes aspectos e práticas sociais da época. Escrito em Fortaleza-CE no final do século XIX o romance aborda tópicos importantes sobre a sociedade burguesa, principalmente a violência simbólica e física contra a mulher, buscando dar visibilidade ao contexto de opressão patriarcal, em um momento histórico em que as mulheres eram silenciadas e excluídas do espaço literário brasileiro, ocupado exclusivamente por homens. A importância dessa
investigação justifica-se ao considerar-se que a literatura do século XIX, via de regra, delega às mulheres o lugar de submissão, sendo consideradas frágeis perante a sociedade. No entanto, Caminha também escreve sobre a luta e a resiliência da mulher que precisa assumir um papel dominante para sustentar sua família. Isso possibilita uma análise crítica não apenas da obra em si, mas também da sociedade que a produziu e das ideologias que a sustentavam. Esse trabalho também busca realizar um diálogo entre história e literatura, a fim de analisar a história cultural da mulher do Brasil. A pesquisa é de natureza bibliográfica, pois se baseará na análise de fontes já publicadas, incluindo o próprio romance A Normalista, textos críticos, artigos acadêmicos, livros de história e literatura, e outros documentos relevantes para o contexto do estudo e que ajudarão a compreender melhor os mecanismos de opressão e resistência que moldaram a vida das mulheres no século XIX, proporcionando uma leitura mais rica e crítica do romance e das questões sociais subjacentes a ele. Espera-se, com essa pesquisa, apresentar conclusões que respondam como a representação da mulher nesta narrativa de Adolfo Caminha reflete e critica a opressão da
sociedade patriarcal do final do século XIX no Brasil, e de que maneira os temas abordados na obra permanecem relevantes para a compreensão das questões de gênero na sociedade atual.

Biografia do Autor

  • Sérgio Roberto Massagli, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

    Possui graduação um bacharelado em Letras com Habilitação de Tradutor pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1987), mestrado em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2005), mestrado em Masters of Arts in Comparative Literature - Michigan State University (2001) e doutorado em Estudos Literários pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2010). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal da Fronteira Sul. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria e Crítica Literária, atuando principalmente nos seguintes temas: intertextualidade, teorias da recepção, literatura, história e memória, e representações do espaço urbano na literatura.

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Publicado

13-10-2024

Edição

Seção

Linguística, Letras e Artes - Pesquisa - Campus Realeza