Plantas com potencial tóxico para suínos: Uma revisão sistemática de literatura

Autores

  • Ketlin Eduarda Gazzola Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Amália Vitória Zimpel
  • Arthur Barbosa Natel
  • Tiago Luiz Pauwelz
  • Dalila Moter Benvegnú
  • Fabiana Elias

Palavras-chave:

Plantas tóxicas; Intoxicação em suínos; Toxicologia suína; Swine toxicology; Toxic plants to pigs.

Resumo

Uma planta é considerada tóxica quando consumida em certa quantidade pelo homem ou animal, em períodos curtos ou prolongados podendo causar prejuízos diretos e indiretos em razão dos efeitos nocivos à saúde acarretados pelos princípios tóxicos contidos nelas. Diante disso, quando se analisa a suinocultura, a intoxicação por plantas aparece como um obstáculo que pode acarretar perdas econômicas. Tal intoxicação pode ser analisada de acordo com suas causas diretas a saúde do animal, gerando problemas reprodutivos e produtivos, aumento da susceptibilidade a doenças secundárias devido à diminuição da imunidade, e até levar a morte do animal; ou indiretas, quando se leva em consideração os gastos para chegar ao diagnóstico e para realizar o tratamento. Desta mesma forma, a intoxicação nem sempre acontece com a ingestão da planta, visto que às vezes a intoxicação ocorre pela contaminação de componentes básicos para a formulação de rações, como o milho acidentalmente colhido com sementes dessas plantas. Visando essa problemática, esta revisão da literatura tem por objetivo apresentar as principais plantas tóxicas para suínos, identificando seus respectivos princípios ativos responsáveis pela toxicidade. Diante disso, esse estudo teve como embasamento artigos científicos indexados nas plataformas Scielo e PubMed buscando pelos termos descritores “plantas tóxicas”, “intoxicação em suínos”, “toxicologia suína”, “swine toxicology” “toxic plants to pigs” entre os anos de 2016 a 2024.  Desta forma, foram encontradas  aproximadamente 8 plantas consideradas tóxicas para suínos, sendo elas a Samambaia-do-campo (Pteridium aquilinum), mamangué (Senna occidentalis), caruru (Amaranthus spp.), angiquinho (Aeschynomene sp.), cinamomo (Melia azedarach), carrapichão (Xanthium spp.), espichadeira (Solanum malacoxylon) e guizo-de-cascavel (Crotalaria spectabilis). A Pteridium aquilinum possui dois princípios tóxicos, a tiaminase que causa efeitos neurotóxicos e o ptaquilosídeo com efeitos carcinogênicos. Outra planta com ação sobre o sistema neurológico é a Aeschynomene sp. pelo resíduo etil-acetato. A Senna occidentalis possui ação degenerativa e necrótica sobre a musculatura por conta da antraquinona presente em todas as suas partes, enquanto a Amaranthus spp. apresenta oxalatos e nitratos em três de suas espécies, sendo considerada nefrotóxica. Já a Melia azedarach, dispõe de saponinas e azaridina que causa problemas no sistema digestório, enquanto a Solanum malacoxylon apresenta derivado glicosídico do 1,25 di-hidroxicolecalciferol que atua sobre a mucosa intestinal, aumentando a absorção de cálcio e fósforo, resultando em uma calcificação sistêmica. Por fim, a Xanthium spp. contém glicosídeo triterpenoide, resultando em efeitos hepatotóxicos, bem como a Crotalaria spectabilis por possuir alcaloide pirrolizidínico. Desta forma, percebe-se que a intoxicação por plantas se faz relevante para os suínos, podendo levar esses animais a morte e ocasionando perdas econômicas significativas na cadeia produtiva.

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Publicado

13-10-2024

Edição

Seção

Ciências Agrárias - Pesquisa - Campus Realeza