VIVÊNCIA ACADÊMICA EM AÇÃO EXTENSIONISTA DE INTERVENÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA:

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Resumo

Caracterizado como uma neurodivergência, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é diagnosticado pelo comprometimento da fala, dificuldades de manter contato visual, de interação social e pela repetição de comportamentos. Segundo dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos, a prevalência é de 1 para 36 crianças diagnosticadas até os 8 anos de idade. Dentre as comorbidades que estão associados ao TEA está a seletividade alimentar, que acomete até 80% desse público dificultando a qualidade e o seu estado nutricional.

O objetivo deste trabalho é descrever as experiências vividas no atendimento clínico ambulatorial inerentes às ações promovidas pelo projeto de extensão intitulado “Atenção nutricional a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)”, realizado na Clínica Escola de Nutrição vinculado à Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Realeza a partir de Abril de 2024. Os atendimentos ocorrem semanalmente sendo cada sessão de 30min. podendo chegar a 60 minutos. Na primeira consulta, são coletadas informações para reconhecimento do paciente como o hiperfoco, nível de suporte, preferências alimentares, entre outros dados. Após conhecer o perfil sociodemográfico e alimentar desses indivíduos, são iniciados os atendimentos nutricionais especializados. Buscando uma intervenção mais individualizada com o paciente e no intuito de criar o vínculo com o mesmo, utilizamos o hiperfoco como método de aproximação, respeitando o espaço e desejo dele em interagir com a dupla. Ao longo das sessões, são realizadas atividades de educação alimentar nutricional com réplicas de alimentos e brinquedos, reforçando o brincar simbólico de práticas de vida diária na intenção de trazer a atenção do paciente ao alimento. O método trabalhado é a escalada do comer que contém 6 objetivos principais (Tolerar, Interagir, Cheirar, Tocar, Provar e Comer) dentro deste método temos 32 passos até atingir o objetivo final que é a aceitação do alimento novo. A prática extensionista na Clínica Escola de Nutrição contribui muito para a formação do acadêmico, pois permite que ele tenha conhecimento prático da realidade da profissão, se deparando com desafios reais de avaliação nutricional, saindo da teoria para a vivência na atuação, em que deve considerar questões sociais, culturais e particularidades de cada pessoa.