DA CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIA À LIBERDADE DE ESCOLHA DA CRIANÇA:

QUEM DEFINE O QUE SE LÊ EM CADA FAIXA ETÁRIA?

Autores

  • Ane Gabrielle Santin Veiga Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Fatima Aparecida Mendes dos Santos
  • Alex Trzczinski
  • Júlia Pöttker da Silva

Palavras-chave:

Literatura infantil; Classificação de livros; Liberdade de escolha.

Resumo

O presente estudo é primeiro um esforço de compreender as contradições que giram em torno da liberdade de escolha do público infantil. Para tal, é preciso olhar de forma atenta aos critérios utilizados para a classificação por faixa etária dos títulos de literatura infantil, uma vez que se parte da tese de que a criança deve ter liberdade para escolher seu próprio livro independentemente da faixa etária. Tem como objetivo observar como profissionais de uma escola municipal, uma escola particular, uma escola estadual e uma livraria realizam a escolha e a classificação de livros de literatura infantil que são disponibilizados/vendidos em cada fase da infância. Além disso, busca analisar se há semelhanças ou oscilações na maneira como cada um destes realiza a escolha. Para tal, foi entregue um questionário a uma trabalhadora de cada espaço com o intuito de investigar suas concepções, critérios e métodos de ponderar as melhores escolhas literárias para cada fase do desenvolvimento infantojuvenil. Teoricamente o estudo se baseia em autores renomados no debate da literatura infantil nas escolas, tais como Abramovich (2009), Coelho (2000) e Silva (2009). Como resultado da pesquisa, os dados obtidos foram semelhantes no que se refere a uma visão da importância da mediação adulta e, por vezes, muito distintos no que se refere à importância do que estamos chamando aqui de liberdade de escolha, o que reforça alguns estereótipos sociais de que crianças mais abastadas estariam mais propensas a essa tal liberdade, uma vez que estariam mais preparadas para tal responsabilidade. Em relação à classificação por faixa etária, segundo as participantes da pesquisa, a classificação literária é necessária, no entanto, pode-se perceber que ainda é forte a tendência de mediar a escolha da criança. O grande imbróglio dessa questão é justamente o limite entre a mediação e a imposição de livros que sejam escolhidos por adultos, seja na hora da compra, na figura dos pais, seja no processo anterior à classificação realizada pelos profissionais.

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Publicado

30-09-2024

Edição

Seção

Ciências Humanas - Ensino - Campus Erechim