COMPLICAÇÕES DA COVID-19 EM PACIENTES HOSPITALIZADOS: ANÁLISE DE PNEUMOPATAS E ASMÁTICOS
Palavras-chave:
COVID-19; Pneumopatias; Asma.Resumo
Na pandemia da COVID-19, causada pelo Severe Acute Respiratory Syndrome CoronaVirus 2 (SARS-CoV-2), em alguns grupos de pessoas, houve uma preocupação de que a doença se comportasse de forma mais grave, com destaque para pneumopatas e asmáticos. O objetivo deste trabalho foi descrever tempo de internação, uso de suporte ventilatório (SV), internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e frequência de óbito em pacientes hospitalizados por COVID-19, e avaliar a sua distribuição conforme diagnóstico de pneumopatias e de asma. Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva realizado com dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) de Passo Fundo, RS, fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde. A amostra foi constituída por pacientes hospitalizados por COVID-19 em 2020 e 2021. Os desfechos de interesse foram tempo de internação, uso de SV, internação em UTI e evolução do caso (óbito), e as exposições foram o diagnóstico de pneumopatias e de asma. Estimou-se a incidência, com intervalo de confiança de 95% (IC95), dos desfechos e a sua distribuição conforme as variáveis de exposição (qui-quadrado, erro α de 5%). O trabalho foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da instituição proponente sob parecer nº 4.405.773. A amostra foi composta por 5.234 participantes, sendo 51,1% com idade entre 18 e 59 anos, 58,3% homens, 4,9% pneumopatas e 4,1% asmáticos. A incidência de internação ≥ 8 dias foi de 58% (IC95 56-59); de SV, 90% (IC95 89-91); de internação em UTI, 34% (IC95 33-36); e de óbito 27% (IC95 26-29). Entre os pneumopatas, a incidência de internação ≥ 8 dias foi de 62,8%; de SV, 96,1%; de internação em UTI, 44,6%; e de óbito 53,8%. Em asmáticos, a incidência de internação ≥ 8 dias foi de 60,4%; de SV, 91,5%; de internação em UTI, 36,3%; e de óbito 24,2%. Observou-se diferença estatisticamente significativa entre pneumopatias e internação em UTI, uso de SV e óbito, e nenhuma entre asma e os quatro desfechos analisados. Portanto, os resultados corroboram o fato de que a infecção por SARS-CoV-2 se comportou de forma mais agressiva nos pneumopatas, pois houve maior frequência de internação em UTI, de uso de suporte ventilatório e de óbito. Uma hipótese para tal constatação seria o efeito citotóxico provocado pelo vírus no sistema respiratório, o que agrava a doença pulmonar de base do paciente. Por outro lado, a relação entre a asma e a COVID-19 não ficou estabelecida, o que mostra que o vírus parece não causar exacerbações da doença em questão.
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