RESISTÊNCIA À CULTURA DO SILÊNCIO
O PODER DE DIZER A SUA PALAVRA PELA EXTENSÃO/COMUNICAÇÃO UNIVERSITÁRIA
Palavras-chave:
Dizer a sua palavra, Comunicação, Extensão, Cultura do silêncioResumo
O(A) extensionista na Educação Superior, em seu sentido de origem, tem a ação de estender, mas não basta apenas estender os braços em uma direção qualquer, requer estender seus saberes e técnicas considerando o humanismo científico, tendo humildade de tornar a extensão em comunicação, para não tornar-se mera transmissão. Nesse sentido, o Projeto de Extensão “Dizer a sua palavra: democratização da cultura popular e da comunicação” rompe os muros que caracterizam a dicotomia entre universidade e comunidade, entre o conhecimento científico e o “saber de experiência feito” na linha de Paulo Freire. Uma das ações do projeto é a escrita de textos de amplo alcance publicados no portal do Jornal Boa Vista (situado no município de Erechim e parceiros do projeto) na coluna nomeada de “Educação & Cultura”. Este espaço, que já conta com mais de uma dezena de publicações, é voltado a apresentar ao grande público uma leitura instigante sobre o cotidiano da cidade de Erechim e da região do Alto Uruguai gaúcho, com a periodicidade semanal. O público ser-em-situação do jornal, são e estão nos textos do projeto, concretizando a extensão não como um mero captar informações, torna-se uma práxis (ação-reflexão), envolvendo-o, convidando-o a participar e dizer a sua palavra das coisas que são tão cotidianas. Dizer a sua palavra na extensão não significa estender-se de alguém que sabe para quem não sabe, mas se dá na comunicação dos homens e das mulheres com o mundo, dos erechinenses e da região com a práxis de seu próprio cotidiano, às vezes tão despercebido, mas, que através da leitura de um jornal, gera perguntas. A relação vertical de quem sabe para quem não sabe contribui para a cultura do silêncio, e ao não dizer a sua palavra os indivíduos não se reconhecem como homens, mulheres e seres humanos. torna impossível tomar posições políticas, incapaz de ser um cidadão integral. Então, não é pelo silêncio que os homens e as mulheres se tornam (sempre pela lógica do inacabamento humano), mas expressando suas vontades e anseios, seus saberes e seus questionamentos, suas alegrias e descontentamentos, sua leitura de mundo. A cultura do silêncio impede os sujeitos de serem mais, de superarem suas situações-limites, a conscientização do povo, nessa cultura os sujeitos são objetos. Dizer a sua palavra na extensão e no jornal não é fazer repetir ou manipular, é o questionamento da invisibilização das minorias por meio da representatividade e participação destas nos meios de comunicação, é a desnaturalização do cotidiano, é a práxis e a reconexão de uma Universidade Popular (desde sua criação) com (e não para) a comunidade.
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