TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NA VIDA ADULTA: UMA REVISÃO DE LITERATURA SOBRE OS DESAFIOS PARA O DIAGNÓSTICO

  • Daiane Conceição de Araujo UFFS
  • Aran Silva Meira
  • Manoela Fontenele Antunes
  • João Ivanir da Silva Alves Júnior
  • Lucas Pereira Martins
  • Assiria Moreira Portugal
  • Helena de Moraes Fernandes
Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista; Diagnóstico Tardio; Revisão Acadêmica; Adulto.

Resumo

Este trabalho tem origem na disciplina de Produção Textual Acadêmica. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome do neurodesenvolvimento, que se manifesta através de desafios significativos em áreas cruciais da vida diária: comunicação, interação social e comportamento. Esses desafios podem variar amplamente entre os indivíduos afetados, tornando o TEA um espectro de condições personalizadas. O diagnóstico precoce é um catalisador para o acesso ao suporte especializado, que é crucial para ajudar os indivíduos com TEA a desenvolver melhor autonomia. Entretanto, em adultos (>21 anos), o autismo geralmente permanece não detectado ou mal compreendido ao longo de suas vidas, pois apesar da suposta maior conscientização e compreensão do autismo na sociedade contemporânea, ainda existem obstáculos substanciais quando buscam o diagnóstico do TEA. Esse estudo, objetiva-se expor as limitações para o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) na vida adulta em comparação com o diagnóstico precoce. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, na qual a busca dos artigos foi feita em setembro de 2023, na base de dados Pubmed. Os critérios de inclusão foram: estudos que apresentam o manejo e os desafios enfrentados no diagnóstico do TEA, disponíveis gratuitamente na íntegra e sem restrições de idioma. Os estudos foram registrados por meio do programa Google Docs e analisados de forma qualitativa. O autismo diagnosticado na vida adulta é geralmente de grau leve ou moderado. Isso acontece porque graus de autismo severo tendem a ser diagnosticados logo na infância, devido à maior perceptibilidade dos sinais. Além disso, o autismo, frequentemente está acompanhado de outras condições psiquiátricas, como depressão, ansiedade e o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Assim, essas condições psiquiátricas associadas podem se sobressair durante o rastreio e mascarar os sinais do autismo na vida adulta, levando os profissionais de saúde ao erro no diagnóstico. Além disso, existem outras lacunas para que o diagnóstico tardio seja efetivo, visto que, profissionais, como médicos e psicólogos, geralmente não são capacitados no diagnóstico do autismo, e os treinamentos existentes ficam restritos ao público infanto-juvenil. Além disso, a avaliação neuropsicológica, considerada o padrão-ouro, é limitante no diagnóstico do autismo, tanto em crianças, quanto em adultos, pois se baseia em uma série de itens que irão classificar o paciente autista, tornando o processo de diagnóstico subjetivo, pois mesmo que haja características intrínsecas do autismo, a personalidade autista é bastante exclusiva de cada paciente. O autismo em adultos, especialmente aqueles com grau leve e moderado, associado à falta de treinamento adequado dos profissionais de saúde e à subjetividade do padrão-ouro no rastreio são fatores limitantes no diagnóstico tardio. Por outro lado, o autismo de grau severo tende a ser diagnosticado precocemente, devido aos sinais mais aparentes do TEA. Tanto o diagnóstico precoce quanto o tardio apresentam obstáculos significativos devido à subjetividade da avaliação neuropsicológica. Portanto, é crucial que haja mais pesquisas em relação ao diagnóstico tardio (>21) do autismo, para garantir que os indivíduos possam receber um diagnóstico adequado e o suporte necessário ao longo de suas vidas.

Publicado
31-10-2023