TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NA VIDA ADULTA: UMA REVISÃO DE LITERATURA SOBRE OS DESAFIOS PARA O DIAGNÓSTICO
Resumo
Este trabalho tem origem na disciplina de Produção Textual Acadêmica. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome do neurodesenvolvimento, que se manifesta através de desafios significativos em áreas cruciais da vida diária: comunicação, interação social e comportamento. Esses desafios podem variar amplamente entre os indivíduos afetados, tornando o TEA um espectro de condições personalizadas. O diagnóstico precoce é um catalisador para o acesso ao suporte especializado, que é crucial para ajudar os indivíduos com TEA a desenvolver melhor autonomia. Entretanto, em adultos (>21 anos), o autismo geralmente permanece não detectado ou mal compreendido ao longo de suas vidas, pois apesar da suposta maior conscientização e compreensão do autismo na sociedade contemporânea, ainda existem obstáculos substanciais quando buscam o diagnóstico do TEA. Esse estudo, objetiva-se expor as limitações para o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) na vida adulta em comparação com o diagnóstico precoce. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, na qual a busca dos artigos foi feita em setembro de 2023, na base de dados Pubmed. Os critérios de inclusão foram: estudos que apresentam o manejo e os desafios enfrentados no diagnóstico do TEA, disponíveis gratuitamente na íntegra e sem restrições de idioma. Os estudos foram registrados por meio do programa Google Docs e analisados de forma qualitativa. O autismo diagnosticado na vida adulta é geralmente de grau leve ou moderado. Isso acontece porque graus de autismo severo tendem a ser diagnosticados logo na infância, devido à maior perceptibilidade dos sinais. Além disso, o autismo, frequentemente está acompanhado de outras condições psiquiátricas, como depressão, ansiedade e o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Assim, essas condições psiquiátricas associadas podem se sobressair durante o rastreio e mascarar os sinais do autismo na vida adulta, levando os profissionais de saúde ao erro no diagnóstico. Além disso, existem outras lacunas para que o diagnóstico tardio seja efetivo, visto que, profissionais, como médicos e psicólogos, geralmente não são capacitados no diagnóstico do autismo, e os treinamentos existentes ficam restritos ao público infanto-juvenil. Além disso, a avaliação neuropsicológica, considerada o padrão-ouro, é limitante no diagnóstico do autismo, tanto em crianças, quanto em adultos, pois se baseia em uma série de itens que irão classificar o paciente autista, tornando o processo de diagnóstico subjetivo, pois mesmo que haja características intrínsecas do autismo, a personalidade autista é bastante exclusiva de cada paciente. O autismo em adultos, especialmente aqueles com grau leve e moderado, associado à falta de treinamento adequado dos profissionais de saúde e à subjetividade do padrão-ouro no rastreio são fatores limitantes no diagnóstico tardio. Por outro lado, o autismo de grau severo tende a ser diagnosticado precocemente, devido aos sinais mais aparentes do TEA. Tanto o diagnóstico precoce quanto o tardio apresentam obstáculos significativos devido à subjetividade da avaliação neuropsicológica. Portanto, é crucial que haja mais pesquisas em relação ao diagnóstico tardio (>21) do autismo, para garantir que os indivíduos possam receber um diagnóstico adequado e o suporte necessário ao longo de suas vidas.
Copyright (c) 2023 Daiane Conceição de Araujo, Aran Silva Meira, Manoela Fontenele Antunes, João Ivanir da Silva Alves Júnior, Lucas Pereira Martins, Assiria Moreira Portugal, Helena de Moraes Fernandes
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