ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA MASTITE BOVINA EM PROPRIEDADES DA AGRICULTURA FAMILIAR, REALEZA - PARANÁ
Resumo
A mastite bovina trata-se de uma enfermidade inflamatória que acarreta em significativos impactos econômicos adversos para os produtores rurais da Agricultura Familiar. Ela pode ser desencadeada por agentes infecciosos, como bactérias, fungos e vírus, além do mais pode surgir de maneira asséptica, decorrente de traumas, estresse ou em decorrência da descamação no final da gestação. A gestão eficaz dessa condição pode ser alcançada mediante a incorporação de medidas preventivas, tais como a utilização de papel toalha, a prática de pré e pós-dipping, o tratamento vaca-seca e o uso correto de antimicrobianos durante a lactação, entre outras ações profiláticas. Tais fatores são considerados de risco e representam uma parte essencial da epidemiologia da doença, sendo estes estudos essenciais para a escolha de melhores estratégias de controle e prevenção da doença. Nesse contexto, o objetivo do estudo foi avaliar os aspectos epidemiológicos, os fatores de risco e os agentes microbiológicos envolvidos em dez propriedades dedicadas à Agricultura Familiar na cidade de Realeza-PR. Foram submetidos 856 quartos mamários a testes de caneca de fundo escuro e ao Califórnia Mastitis Test (CMT), com uma prevalência observada de 25,82% de mastite subclínica e 3,27% de mastite clínica. Além disso, procedeu-se à realização de culturas microbiológicas em 132 amostras de leite mastítico, resultando em crescimento de microrganismos em 66,67% das amostras, com 37,88% de origem contagiosa, sendo o principal agente oriundo dessa categoria o Staphylococcus aureus, 24,24% de origem ambiental, sendo liderado pelo Streptococcus uberis, 3,03% de ambas as origens e 1,52% de origem fúngica. Observou-se que propriedades que não faziam o uso de medidas preventivas, os fatores de risco, tinham resultados inferiores ao controle da mastite dentro do rebanho, assim evidenciando necessidade de implementação de técnicas de boas práticas de manejo e ordenha para essas propriedades. No teste de razão de prevalência, observou-se que propriedades que não realizavam tratamento vaca-seca, tratamento durante a lactação e uso de pré e pós-dipping, apresentavam maior prevalência da doença. Esses resultados fornecem informações valiosas para a compreensão e o manejo da mastite bovina nesse contexto específico, destacando a importância de estratégias de prevenção e controle para mitigar os impactos negativos dessa enfermidade na agricultura familiar em Realeza-PR.
Copyright (c) 2023 Joao Vitor Pchirmer, Guilherme Henrique Malinowski, Gabriela Salete Vasconcelos, Mariana Valentini Casagrande, Maria Eduarda Pogorzelski, André Marcos Dezan Bieniek, Susamara Souza Silva, Julia Mara Frigo, Camila Keterine Gozerlanski Trenkel, Adalgiza Pinto Neto
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais da XII SEPE da UFFS.