ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA MASTITE BOVINA EM PROPRIEDADES DA AGRICULTURA FAMILIAR, REALEZA - PARANÁ

  • Joao Vitor Pchirmer UFFS
  • Guilherme Henrique Malinowski UFFS
  • Gabriela Salete Vasconcelos UFFS
  • Mariana Valentini Casagrande UFFS
  • Maria Eduarda Pogorzelski UFFS
  • André Marcos Dezan Bieniek UFFS
  • Susamara Souza Silva UFFS
  • Julia Mara Frigo UFFS
  • Camila Keterine Gozerlanski Trenkel UFFS
  • Adalgiza Pinto Neto UFFS
Palavras-chave: Epidemiologia; Bactérias; Proflaxia; Cadeia do leite; Produtividade.

Resumo

A mastite bovina trata-se de uma enfermidade inflamatória que acarreta em significativos impactos econômicos adversos para os produtores rurais da Agricultura Familiar. Ela pode ser desencadeada por agentes infecciosos, como bactérias, fungos e vírus, além do mais pode surgir de maneira asséptica, decorrente de traumas, estresse ou em decorrência da descamação no final da gestação. A gestão eficaz dessa condição pode ser alcançada mediante a incorporação de medidas preventivas, tais como a utilização de papel toalha, a prática de pré e pós-dipping, o tratamento vaca-seca e o uso correto de antimicrobianos durante a lactação, entre outras ações profiláticas. Tais fatores são considerados de risco e representam uma parte essencial da epidemiologia da doença, sendo estes estudos essenciais para a escolha de melhores estratégias de controle e prevenção da doença. Nesse contexto, o objetivo do estudo foi avaliar os aspectos epidemiológicos, os fatores de risco e os agentes microbiológicos envolvidos em dez propriedades dedicadas à Agricultura Familiar na cidade de Realeza-PR. Foram submetidos 856 quartos mamários a testes de caneca de fundo escuro e ao Califórnia Mastitis Test (CMT), com uma prevalência observada de 25,82% de mastite subclínica e 3,27% de mastite clínica. Além disso, procedeu-se à realização de culturas microbiológicas em 132 amostras de leite mastítico, resultando em crescimento de microrganismos em 66,67% das amostras, com 37,88% de origem contagiosa, sendo o principal agente oriundo dessa categoria o Staphylococcus aureus, 24,24% de origem ambiental, sendo liderado pelo Streptococcus uberis, 3,03% de ambas as origens e 1,52% de origem fúngica. Observou-se que propriedades que não faziam o uso de medidas preventivas, os fatores de risco, tinham resultados inferiores ao controle da mastite dentro do rebanho, assim evidenciando necessidade de implementação de técnicas de boas práticas de manejo e ordenha para essas propriedades. No teste de razão de prevalência, observou-se que propriedades que não realizavam tratamento vaca-seca, tratamento durante a lactação e uso de pré e pós-dipping, apresentavam maior prevalência da doença. Esses resultados fornecem informações valiosas para a compreensão e o manejo da mastite bovina nesse contexto específico, destacando a importância de estratégias de prevenção e controle para mitigar os impactos negativos dessa enfermidade na agricultura familiar em Realeza-PR.

Publicado
11-10-2023