EXTENSÃO PSICOSSOCIAL NA FACULDADE DE MEDICINA

ACOLHIMENTO, SAÚDE E ENFRENTAMENTO DO PRECONCEITO

Resumo

O programa intitulado “Ações de Cuidado Psicossociais para Estudantes: educação em saúde mental e respeito às diversidades” abrange diversos aspectos que permeiam a vida dos acadêmicos, e divide-se principalmente em dois projetos, sendo o primeiro relacionado à saúde mental e práticas promotoras de bem-estar psíquico e o segundo voltado para a discussão das ações afirmativas, referentes as questões étnico-raciais e de gênero. Devido ao seu importante caráter social, o projeto agrega inúmeras práticas para a vida dos estudantes do curso de medicina, as quais contribuem com o melhor desempenho acadêmico e social dos mesmos. As ações começam desde a iniciação acadêmica, com oficinas e rodas de conversa sobre adaptação no curso e métodos de estudo e aprendizagem e, em virtude de uma grade curricular extensa e diversas responsabilidades acadêmicas, a sobrecarga do estudante de medicina é abordada, e tem como foco ações de promoção de saúde física e mental a esse público. Dessa forma, o planejamento de oficinas de Práticas Integrativas Complementares (yoga, meditação e auriculoterapia) surgem como uma ferramenta essencial na construção de hábitos saudáveis e que proporcionem reconexão entre corpo e mente, auxiliando no controle do estresse e da ansiedade que surgem em decorrência das altas cobranças. Além das ações focadas no bem-estar e saúde mental, o projeto alia-se as atividades culturais da instituição. Eventos como o café de chaleira na semana farroupilha e a festa junina foram destaques, não apenas celebrando a cultura regional, mas também fortalecendo laços entre os estudantes. Estas celebrações proporcionaram momentos de integração, promovendo união e coesão no grupo. A participação dos acadêmicos na organização reforçou habilidades essenciais para futuros profissionais de saúde engajados com a comunidade. Esse programa também cumpre o dever de retornar para a sociedade os aprendizados adquiridos no meio acadêmico. Assim, atividades são desenvolvidas também com alunos do ensino fundamental e médio da região, nas quais, são discutidos assuntos como inteligência emocional, educação sexual, mudanças corporais na adolescência, infecções sexualmente transmissíveis e o risco de uma gravidez precoce. O objetivo é promover a informação, bem como a troca de experiências através da participação dinâmica e ativa, entre estudantes de diferentes fases do desenvolvimento. Além disso, diante dos contextos de preconceito e discriminação vivenciados pelos estudantes negros/as e indígenas nos diversos cenários, objetivou-se, também, construir ações de escuta e reflexão, como rodas  de conversa e oficinas, com o intuito de proporcionar um momento de partilha e ressignificação desses momentos que afetam significativamente a saúde mental desses indivíduos. Essas ações são espaços de acolhimento e enfrentamento as práticas segregadoras, como racismo, sexismo e capacitismo, que afetam diretamente a saúde mental de estudantes. Dessa maneira, o programa de extensão exerce seu papel como promotor de saúde mental ao realizar práticas de cuidado e reflexão, além de realizar seu papel social e extensionista ao levar essas discussões para espaços extra universidade.