PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E SUA RELAÇÃO COM O ENVELHECIMENTO

  • Francisca Mayara Soares Gama Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Rilary Silva Sousa
  • Karima Muhammad Yusuf
  • Renata dos Santos Rabello
  • Regina Inês Kunz
  • Lissandra Glusczak
  • Gustavo Olszanski Acrani
  • Ivana Loraine Lindemann
Palavras-chave: Hipertensão; Morbidade; Atenção Primária de Saúde.

Resumo

No Brasil, tem-se observado uma tendência cada vez maior da presença das Doenças
Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) - em especial da Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS) -, na população atendida na Atenção Primária em Saúde (APS). Sendo assim, esse
estudo teve como objetivo verificar a prevalência de HAS e sua relação com idade na
população atendida na APS de Marau/RS. Ademais, está inserido no projeto de pesquisa
denominado "Agravos, Morbidade e Assistência à Saúde na Atenção Primária", com
parecer de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS), número 4.769.903. É um estudo observacional, do tipo transversal
descritivo, cuja coleta de informações foi de prontuários eletrônicos disponíveis no
sistema G-MUS - Gestão Municipal de Saúde. A amostra incluiu adultos e idosos, de
ambos os sexos, que receberam atendimento na APS, no ano de 2019. Os dados coletados
foram inseridos diretamente no software EpiData versão 3.1, de uso gratuito. As análises
estatísticas foram conduzidas com o software PSPP, também de distribuição gratuita, e
abrangeram a determinação das frequências absolutas e relativas às variáveis categóricas.
Além disso, foi calculada a prevalência da HAS como variável dependente, com um
intervalo de confiança de 95% (IC95) e verificada sua distribuição conforme a faixa
etária, utilizando o teste do qui-quadrado, com um nível de confiança de 95%. O estudo
consistiu em 3.309 pacientes, dos quais 61,6% eram mulheres, 29,1% com idade entre 60
e 69 anos, 59,7% concluíram o ensino fundamental, 72,7% tinham pele branca, 9,1%
eram tabagistas, 4,4% consumiam bebidas alcoólicas e 2,3% relataram prática de
atividade física. Foi identificada uma prevalência de HAS de 44% (IC95 42-46), sendo
presente em 3,1% dos pacientes com idade entre 20-29 anos, 7,1% entre 30-39 anos,
23,9% entre 40-49 anos, 43,8% entre 50-59 anos, 61,2% entre 60-69 anos, 74,3% entre
70-79 anos, 71,5% entre 80-89 anos e 60,9% com idade ≥90 anos (p<0,001). Portanto,
evidencia-se nesse trabalho, que a HAS é mais prevalente em pessoas idosas, o que está
de acordo com os dados relatados na literatura. Ainda, esses resultados ajudam a
direcionar o desenvolvimento de programas de saúde pública à prevenção e ao controle
das HAS, com atenção especial aos cidadãos mais idosos.

Publicado
31-10-2023