RETALHO ROMBOIDE DE LIMBERG APÓS EXÉRESE DE NÓDULO PERIANAL EM CANINO: RELATO DE CASO

  • Pauline Silva dos Santos Universidade Federal da Fronteira Sul- campus Realeza
  • Luísa Pereira Zacchi
  • Mara Tatiani Bossi
  • Fabíola Dalmolin
Palavras-chave: Oncologia, Retalho, Flape cutâneo

Resumo

Em casos de ressecções tumorais devem ser respeitadas as margens de segurança e frequentemente são utilizados flapes para restaurar a anatomia local e minimizar perdas ou disfunções. Para tal, são utilizadas diferentes técnicas para correção de defeitos teciduais causados cirurgicamente ou não, que permitem o fechamento sem tensão excessiva e garante melhor cicatrização. O objetivo deste trabalho é descrever a utilização de flape de Limberg em um cão macho, Shih-tzu de 14 anos, atendido com queixa de nódulo perianal e sangue nas fezes. Na consulta oncológica identificou-se nódulo de um centímetro na região perianal e ao exame físico animal verificou-se pressão arterial sistêmica elevada. Coletou-se material para exame citopatológico, mas a amostra não foi diagnóstica. O animal foi encaminhado para tratamento da hipertensão e foi receitada pomada de sulfato de dexametasona com sulfato de neomicina local por 10 dias/TID. Após estabilização da pressão arterial sistêmica, foram realizados exames pré-cirúrgicos e os resultados encontravam-se dentro do valor de referência. Após limpeza local e realização de sutura em bolsa de tabaco no ânus, iniciou-se orquiectomia terapêutica e posteriormente nodulectomia. Para tal, foi realizada incisão com lâmina de bisturi nº11 ao redor do nódulo respeitando a margem de segurança de dois centímetros. Após, foi realizada a incisão de pele para confecção do retalho romboide de Limberg, em direção dorso lateral esquerda do ânus; após a rotação do flape, realizou-se aproximação do subcutâneo do leito doador com fio poliglactina 910 4-0 e dermorrafia intradérmica com náilon 4-0. Para o flape, procedeu-se à sutura isolada com poliglactina 910 3-0, sempre observando minimizar manipulação do flape; seguiu-se sutura isolada simples com náilon 4-0 na pele. Ao fim da cirurgia foi removida a bolsa de tabaco. O nódulo foi enviado para histopatologia e obteve-se diagnóstico de carcinoma hepatoide bem diferenciado, sendo que após 10 dias o animal apresentava a ferida cirúrgica cicatrizada e os pontos foram removidos. A utilização de flapes de reparo na abordagem de nódulos perianal representa uma estratégia eficaz e clinicamente relevante na prática cirúrgica veterinária, como verificado neste caso. A abordagem cirúrgica envolve excisão do nódulo perianal seguida pela reconstrução da região afetada utilizando tecido doado localmente, neste caso, o flape rombóide. Autores indicam que o uso de flapes de reparo em cirurgias perianais apresenta resultados favoráveis, os benefícios incluem a preservação da continência fecal e urinária, minimização de complicações pós-operatórias e uma estética aceitável, como observado no paciente deste relato. Além disso, a utilização de tecido doado localmente ajuda a reduzir a tensão nas suturas, promovendo cicatrização adequada pelo aporte sanguíneo apropriado, como observado. Assim, o uso de flapes de reparo após excisão de nódulos perianais contribui significativamente para resolução de uma condição clínica desafiadora com resultados satisfatórios que contribuem para a qualidade de vida dos pacientes, sendo a compreensão desta abordagem essencial para a prática cirúrgica bem-sucedida.

Publicado
11-10-2023