LINFADENECTOMIA AXILAR EM CADÁVERES CANINOS COM CORANTE AZUL DE METILENO 1%

  • Pauline Silva dos Santos Universidade Federal da Fronteira Sul- campus Realeza
  • Maria Vitória Nunes
  • Vitor Angelo Musial
  • Fabíola Dalmolin
Palavras-chave: Mastectomia, Linfonodo axilar, Cadelas, Curso prático, Treinamento

Resumo

A realização de cursos além da grade curricular com intuito de treinamento e qualificação profissional permitem aos estudantes e profissionais de Medicina Veterinária se especializar e aprofundar o conhecimento de procedimentos específicos. A possibilidade desta prática permite maior qualificação profissional e segurança, além de menores complicações práticas. Esse trabalho tem como objetivo relatar a eficácia do uso de cadáveres para treinamento da linfadenectomia axilar com corante azul de metileno a 1% em cadáveres caninos. Para tal, relata-se a experiência obtida em um curso promovido para profissionais e estudantes de Medicina Veterinária como base para o tratamento assertivo de neoplasmas mamários. Após sessão teórica, houve a possibilidade dos participantes realizarem o treinamento prático com cadáveres. Para tal, após a doação dos espécimes, estes foram congelados a -22ºC e previamente ao curso descongelados em temperatura ambiente durante 48 horas, mantidos cobertos com toalhas úmidas até o momento do uso. Na prática, foi orientada a aplicação do corante azul de metileno 1% por via intradérmica, na dose de 0,5 mg/kg diluído em quatro partes de solução de cloreto de sódio 0,9%. Os participantes seguiram a localização do linfonodo axilar por meio da incisão de pele e subcutâneo com bisturi na região axilar, divulsão muscular romba com tesoura e localização do linfonodo por meio dos vasos corados. Verificou-se que de sete cadáveres foi possível verificar a coloração dos vasos em seis espécimes. Complementando o treinamento, foi realizada a técnica de mastectomia unilateral. A marcação linfática assume relevância significativa em situações de neoplasias mamárias em cadeias, com o propósito de detectar o surgimento de metástases em tecidos circundantes e definir a localização de vasos linfáticos e linfonodos regionais, simplificando, desse modo, a remoção cirúrgica de estruturas e garantindo menor lesão iatrogênica de ramos nervosos braquiais, durante o curso os linfonodos que estavam corados foram relativamente mais fáceis de localizar. O sistema linfático encerra sua função após a morte, mas em alguns estudos foi possível determinar a marcação linfática com peróxido de hidrogênio 3% para inflar os vasos linfáticos e simular a drenagem linfática em cadáveres; na situação descrita neste relato, não foi utilizada essa técnica. Optou-se por realizar a técnica de rotina com aplicação intradérmica do referido corante, sendo que os participantes conseguiram ver e aplicar a técnica descrita e adquirir experiências próximas da realidade utilizando cadáveres. Considera-se importante e relevante o observado, já que foi possível a manutenção da anatomia cirúrgica e o treinamento cirúrgico sem implicar em questões éticas. Dessa forma, pode-se contribuir para a formação de profissionais habilidosos e competentes, que visam o melhor atendimento dos pacientes. Conclui-se que a utilização do azul de metileno 1% diluído em solução fisiológica foi eficaz na delimitação linfática axilar de cadáveres caninos congelados em 85,71% dos espécimes, é viável e contribui para o treinamento ex vivo da técnica de linfadenectomia axilar.  

Publicado
12-10-2023