MARIA CELESTRINA RODRIGUES

ANCESTRALIDADE E LUTA NAS LIÇÕES DA MÃE VELHA

  • Mateus Anciliero Universidade Federal Da Fronteira Sul
Palavras-chave: Ancestralidade; Kaingang; Educação Indígena

Resumo

Na proposta desta pesquisa colaborativa, em diálogo e parceria com os Kaingang, buscaremos registrar e rememorar a história de um dos Troncos Velhos do Toldo Chimbangue, uma memória de luta, amor, esperança, e um forte legado de resistência para seus familiares e seu grupo. Conhecida como Mãe Velha, Maria Celestrina Rodrigues, uma das kofá (anciã) dos Kaingang do Toldo Chimbangue, nasceu em 29 de junho de 1929, na linha Chapada, no Toldo Pinhal, município de Seara, SC. Ela esteve na linha de frente da luta pela demarcação da terra indígena, em defesa de seus direitos e de seu grupo, ao lado de outras personalidades que tiveram êxito em sua luta, e são rememoradas e exaltadas pelos Kaingang até a atualidade. Conhecemos a história da Mãe Velha na experiência de docência na Terra Indígena Toldo Chimbangue há alguns meses. A inserção neste meio foi muito gratificante, a convivência com a comunidade e o acompanhamento no seu dia-a-dia foi e é uma tarefa muito animadora. Desenvolveu-se empatia e apreço nas relações estabelecidas com as pessoas e com aquele local. A cultura indígena está intimamente relacionada com o trabalho docente nas aulas de História e Cultura Indígena. Estabelecemos diálogos com integrantes da comunidade e com os anciãos Kaingang, na intenção de aprimorarmos as aulas, e fundamentarmos uma construção de conhecimento orientada pelos saberes ancestrais. Em uma das aulas com os estudantes do 7º ano pesquisamos sobre a importância da ancestralidade no Toldo Chimbangue. Para tanto, questionou-se: “quem são os Troncos Velhos do Chimbangue?” Esse episódio revelou uma infinidade de histórias que ainda não foram registradas. Um dos fundamentos de pesquisa sobre a história e cultura Kaingang são os anciãos que se constituem guardiões da história e memória do grupo. A fim de rememorarmos essas narativas, em especifico a da Mãe Velha, pensamos em construir uma pesquisa colaborativa antropológica em parceria com o grupo Kaingang, uma vez que Maria Celestrina Rodrigues é referenciada como uma biblioteca viva do povo Kaingang do Toldo Pinhal e do Toldo Chimbangue.

Publicado
12-10-2023