DA LIBERDADE, NECESSIDADE E CONTINGÊNCIA NO QUESTIONS DE THOMAS HOBBES

  • Tiago Antonio de Oliveira UFFS
Palavras-chave: Livre-arbítrio;, Vontade;, Liberdade;, Necessidade;, Contingência.

Resumo

Este trabalho tem como objetivo abordar algumas nuances do debate travado entre o filósofo Thomas Hobbes e o bispo Bramhall na casa de Carlos I durante o ano de 1645, o que resultou na publicação de um livro posterior (HOBBES, 2022). O debate promovido entre os dois envolve uma polêmica muito forte durante o século XVII que tem como base argumentos diferentes: por um lado, defende-se um posicionamento que tem como plano de fundo a possibilidade da existência de mundos contingentes e, por outro, defende-se a concepção de que o mundo é de todo determinado. A questão central do debate dá-se a partir de diferentes concepções, as quais levam os autores a definirem o conceito de liberdade de formas distintas. Hobbes define o conceito de liberdade tomando como base uma concepção oriunda do mecanicismo moderno, compreendendo que a liberdade e a necessidade são compatíveis, ou seja, que o futuro é determinado. Já Bramhall compreende que a nossa vontade é livre, ou seja, que possuímos livre-arbítrio e, portanto, defende a possibilidade da liberdade de escolha. Como consequência, argumenta em favor da existência de futuros contingentes. Vale salientar também que além da base mecanicista presente na definição proposta por Thomas Hobbes, o debate envolve outras fontes, sendo elas de diversas origens, como é o caso da escolástica e do aristotelismo que serviram de base para a argumentação proposta pelo bispo Bramhall. Durante o debate travado entre o bispo e o filósofo, ambos citam trechos das escrituras para defender e dar fundamento a sua argumentação. Dessa forma, a problemática presente não se resume às fontes diferentes para as concepções apresentadas pelos autores, mas também envolve as consequências destas definições, sendo elas principalmente a concepção de onipotência e onisciência divina, a origem do pecado e também como justificar ações punitivas. Deste modo, o debate se sustenta em uma base metafisica, cientifica e religiosa, mas também possui implicações éticas e politicas.

Publicado
13-10-2023