ANESTESIA EM Tyto furcata (CORUJA SUINDARA): RELATO DE CASO

  • Pollyana Freisleben UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Carla Eduarda Ferreira dos Santos Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Thaís Teixeira Dos Santos Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Márcio Oleszczyszyn
  • Marina Marangoni Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Ana Luiza Castanho
  • Gabrielle Coelho Freitas, Dra. Universidade Federal de Santa Maria
  • Gentil Ferreira Gonçalves, Dr. Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: Aves; Animais Silvestres; Monitoração anestésica

Resumo

No Brasil possuímos uma extensa diversidade de aves chegando a, aproximadamente
2.000 espécies. A anestesia em aves possui particularidades quando comparada a outras
famílias e, também, dentro da sua própria espécie. Por esse motivo, é importante que o
médico veterinário anestesiologista possua um amplo conhecimento da fisiologia,
técnicas de manejo e contensão, além da farmacologia envolvida na clínica de cada
animal. Foi encaminhado para atendimento na Superintendência Unidade Hospitalar
Veterinária Universitária (SUHVU) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
uma coruja da espécie Tyto Furcata, também conhecida como coruja suindara ou corujade-igreja de 400 gramas com aumento de volume do membro pélvico esquerdo. Após
anamnese, exame físico e radiografia foi constatado que o animal possuía uma fratura de
fêmur simples, completa, fechada, em espiral, não coaptada e com desvio dorsolateral em
terço distal da diáfise do osso fêmur esquerdo. O paciente foi estabilizado previamente a
cirurgia com fluidoterapia administrada no subcutâneo, além de realizada a analgesia com
butorfanol (1 mg/kg) por via intramuscular (IM). No dia seguinte, o animal foi
encaminhado para a correção cirúrgica da fratura. Durante a avaliação pré-anestésica foi
possível observar que os parâmetros como frequência cardíaca (FC), frequência
respiratória (FR), temperatura, tempo de preenchimento capilar (TPC) e pulso se
mostraram dentro dos parâmetros da espécie. Como medicação pré-anestésica foi
administrado cetamina (12 mg/kg) com o intuito de uma contensão química, midazolam
(1 mg/kg) para relaxamento muscular e morfina (2 mg/kg) para analgesia, todos por via
IM no músculo peitoral. Após trinta minutos, foi realizada a indução anestésica do animal
com máscara facial e o agente indutor escolhido foi o isoflurano e, em seguida, o animal
foi entubado com traqueotubo tamanho 2,0 sem balonete e foi ofertado oxigênio (0,8
mL/min) e isoflurano calibrado com vaporização ajustada para manutenção do animal em
plano anestésico adequado que se manteve estável em 1,7% durante todo o procedimento
cirúrgico. Durante o procedimento o animal foi mantido na fluidoterapia com Ringer com
Lactato na taxa de 3 mL/kg/h. A monitoração anestésica foi realizada através de oximetria
de pulso e a saturação de oxigênio manteve-se entre 80 e 90% porém as mucosas
apresentavam-se normocoradas e esse valor pode estar subestimado devido a
vasoconstrição local causada pela presilha do oxímetro. Além disso, a frequência cardíaca

foi mensurada através de doppler vascular colocado no lado esquerdo do tórax do animal
onde era possível escutar o som dos batimentos cardíacos e variou entre 210 e 160
batimentos por minuto. A frequência respiratória foi observada através dos movimentos
respiratórios do tórax e variou entre 12 a 16 movimentos por minuto. A temperatura
corporal foi aferida através de termômetro retal e seus valores foram de 35,4 a 40 °C. Ao
final do procedimento foi administrado dipirona na dose de 25 mg/kg e meloxicam 0,2%
na dose de 0,05 mg/kg via intravenosa.

Publicado
10-10-2023