ALTERAÇÕES EM TESTES DE TRIAGEM NEONATAL

EPIDEMIOLOGIA E INCIDÊNCIA DE FATORES DE RISCO ASSOCIADOS

  • Matheus Cassel Trindade Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Isabela Olszanski Acrani
  • Gustavo Olszanski Acrani
Palavras-chave: Neonatologia, Triagem Neonatal, Doenças do Recém-Nascido

Resumo

A triagem neonatal apresenta-se como um sistema que permite a identificação de enfermidades metabólicas e genéticas, bem como o tratamento precoce para neonatos a fim de impedir o desenvolvimento de algumas doenças graves.  Hemoglobinopatias, hipotireoidismo congênito, hiperplasia adrenal congênita, fibrose cística, deficiência de biotinidase, imunodeficiências severas e deficiência auditiva são exemplos de doenças que podem ser encontradas na triagem. Objetiva-se estimar a incidência das alterações dos procedimentos de Triagem Neonatal em um município do norte gaúcho e apontar as características clínico-epidemiológicas de recém nascidos com alterações. Trata-se de um estudo transversal e descritivo, com uma amostra não-probabilística, com dados extraídos de prontuários de pacientes que realizaram o Teste do Pezinho entre 01 de janeiro de 2017 até 31 de dezembro de 2021 e o Teste da orelhinha entre 01 de janeiro de 2018 até 31 de dezembro de 2021 na Central de Vacinas de Passo Fundo, órgão associado à Secretaria Municipal de Saúde. As variáveis coletadas foram sexo, data do nascimento, data do exame, tipo de alteração apresentada e, no caso do Teste da Orelhinha, qual fator de risco estava presente. A análise da incidência foi feita através da divisão entre o número de casos da alteração em destaque pelo número de nascidos vivos do ano. Como critério de exclusão, tem-se aqueles que vieram a óbito antes do período de realização de triagem neonatal. Acerca do Teste do Pezinho, 33 pacientes compuseram a amostra de pacientes alterados, sendo a incidência de Hiperplasia Adrenal Congênita 1:1.421; a de Hipotireoidismo Congênito 1:1.624; a de Fibrose Cística 1:1.895; a de Deficiência de Biotinidase 1:2.274; a de Anemia Falciforme 1:2.843; a de Fenilcetonúria em 1:11.374; além disso, 69,7% da amostra fez o teste fora do tempo ideal. Sobre o Teste da Orelhinha, de uma amostra de 95 indivíduos, 73,7% dela “falhou” no Teste da Orelhinha, além disso 0,82% dos nascidos vivos foram diagnosticados com perda auditiva definitiva. Como fatores de risco para alteração no Teste da Orelhinha, presença em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, antibioticoterapia e uso de medicação ototóxica foram mais incidentes Além disso, a população predominantemente afetada foi do sexo masculino. As alterações relacionadas ao Teste do Pezinho obtiveram incidência de ocorrência maior que as médias nacionais em todos os casos, com exceção da Anemia Falciforme. Além disso, a amostra em sua minoria tem realizado os testes em tempo ideal. O Teste da Orelhinha apresentou quadro de fatores de risco diferentes dos estudos anteriores realizados, não obtendo destaque a prematuridade e o baixo peso ao nascer no presente artigo.

Publicado
31-10-2023