TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE (TDAH)

A VISÃO HISTÓRICO-CULTURAL E A MEDICALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

Resumo

O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico genético que surge na infância e acompanha os indivíduos por toda a vida. Seus sintomas incluem desatenção, impulsividade e inquietude, podendo ser percebidos em diferentes níveis em cada portador. A problemática da pesquisa pode ser traduzida por: quais são as perspectivas para o entendimento do TDAH na educação atualmente para além dos medicamentos? O estudo tem por objetivo apresentar o avanço de diagnósticos e os distintos tratamentos, além de expor os mitos acerca desse transtorno, tendo em vista a visão histórico-cultural de nossa sociedade e a medicalização na educação. A pesquisa busca, também, contrapor à essas medidas, e compreender os fatores psicossociais/capacitistas que corroboram a aprendizagem, a medicalização inconsequente e o desdém sobre os fatores pedagógicos, políticos e sociais que agem pelo praticismo e buscam soluções orgânicas para problemas que vão muito além da esfera médica. A metodologia é de natureza qualitativa com instrumentalização bibliográfica, recorrendo a análise e interpretação de textos científicos identificados em diversos repositórios físicos e digitais. A pesquisa indicou que de fato, tornou-se um comodismo culpabilizar a criança por sua agitação e dificuldades de aprendizagem, com base em um padrão de comportamento pré-estabelecido pela sociedade. Verificou-se que, muitas vezes, tais comportamentos são motivados por problemas familiares ou pessoais, que fazem com que a criança tenha atitudes agitadas, por não ter com quem dialogar sobre o que lhe aflige. A medicina, movida pela praticabilidade, tenta impor à essas crianças uma maneira medicamentosa de conter essas reações, transformando-as em um padrão estereotipado. De acordo com o que foi apresentado, destaca-se que a prescrição da Ritalina afeta todo o desenvolvimento mental e físico da criança ainda em estado de crescimento, e concretiza não haver estudos necessários que atestem os malefícios de sua utilização de forma contínua, podendo acarretar em diversos problemas de saúde ao longo da vida para o usuário. A psicologia histórico-cultural entende que o desenvolvimento do ser humano é um processo ativo, que está sempre se modificando, de modo que, por meio das transformações históricas e sociais, também se pode modificar os aspectos singulares do indivíduo. Com isso, fica explícito que a prescrição medicamentosa busca apenas atender a sociedade capitalista, dispondo-se a lucrar com a indústria farmacêutica, no que tange a produção e venda de remédios para todo e qualquer tipo de doença, muitas tratáveis de maneira natural, com acompanhamento psicológico e terapias como a Ecoterapia e a Terapia Cognitiva Comportamental, que auxiliam na calma e concentração. A ansiedade e a inquietação estão cada vez mais presentes nas crianças, que nascem e são criadas em ambientes desequilibrados, em um mundo que está em constante evolução, modificando a cada dia a nossa maneira de viver e lidar com os problemas que surgem.