ANÁLISE DO PANORAMA DA VACINAÇÃO CONTRA O PAPILOMAVÍRUS HUMANO NO RIO GRANDE DO SUL AO LONGO DOS ANOS DE CAMPANHA

  • Barbara Pastore Viecelli Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Passo Fundo
  • Renata dos Santos Rabello
Palavras-chave: Vacinação, Papilomavírus Humano, Adesão

Resumo

Introdução: A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) é considerada sexualmente transmissível e apresenta potencial oncogênico, sendo a contaminação por tal agente prevenível via vacinação, cujo imunizante é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde. A vacina quadrivalente contra o HPV foi inserida no Calendário Nacional de Vacinação no ano de 2014, para a faixa etária de 9 a 14 anos, sendo esquema vacinal composto por duas doses aplicadas com intervalo de seis meses entre elas. O presente estudo objetiva avaliar a o panorama de aplicação da vacina contra o HPV em indivíduos de ambos os sexos de 2014 a 2022 nas faixas etárias abrangidas pelo calendário de vacinação no estado do Rio Grande do Sul. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, de natureza quantitativa de caráter descritivo, utilizando dados secundários provenientes do Programa Nacional de Imunização (PNI) acerca das doses da vacina quadrivalente contra o HPV aplicadas no período de 2014 a 2022 no Rio Grande do Sul em indivíduos de ambos os sexos na faixa etária indicada. Os dados sobre número de doses, sexo e completude do esquema vacinal foram organizados por meio do programa Microsoft Excel. Resultados: No Rio Grande do Sul, no período de 2014 a 2022, foram aplicadas 2.037.622 doses da vacina contra o HPV em pessoas de 9 a 14 anos de idade. Dessas, 1.205.908 foram primeiras doses, correspondendo a 59% do total, e 831.714 (41%) foram segundas doses. Destaca-se que 69% das vacinas aplicadas foram em indivíduos do sexo feminino, com uma média de 156.444 doses ao ano, sendo que os anos com maior número de doses aplicadas foram 2014 e 2015 para ambas as doses.  No que tange a continuidade do esquema vacinal, 75% o grupo do sexo feminino recebeu a segunda dose da vacina, já no sexo masculino, apenas 56,8% do grupo completou o esquema vacinal. Conclusões: Esse estudo demonstrou que, no Rio Grande do Sul, há uma maior adesão à vacinação contra o HPV por indivíduos do sexo feminino, tanto no que tange a quantidade de doses aplicadas quanto a continuidade do esquema vacinal. Tais resultados podem estar associados a uma maior disseminação dos riscos por contaminação por HPV em indivíduos do sexo feminino, visto que ele é um dos principais precursores do câncer no colo uterino. Ressalta-se ainda, diante da relevância do tema, a necessidade de realização de estudos complementares para avaliar a adesão a vacinação contra o HPV em cenários mais amplos.

Publicado
31-10-2023