OS DESAFIOS NO ENSINO DE BOTÂNICA:

RELATO DE UMA OFICINA SOBRE PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS COMO ALTERNATIVA AO COMBATE À FOME E DESNUTRIÇÃO

  • Cassiara Fátima Souza Bez Universidade Federal da Fronteira Sul/ Bolsista Voluntário no PIBID
Palavras-chave: metodologias ativas; TDIC; ensino de botânica; PANC’S; ensino por investigação.

Resumo

O Ensino de Botânica no ensino médio consiste em uma tarefa desafiadora, o tema, muitas vezes, gira em torno de conceitos centrados na memorização mecânica dos conteúdos, bem como pela ausência de contextualização dos conceitos estudados na disciplina de Ciências Biológicas (URSI et al., 2018). Gullich (2003) destaca os desafios do ensino sobre o reino das plantas e propõe a necessidade de empregar metodologias que favoreçam a contextualização e a participação ativa dos estudantes nos processos de ensino e aprendizagem, destacando o papel das metodologias ativas. Além disso, defende a diversificação de ferramentas, como as tecnologias digitais de aprendizagem como alternativa para auxiliar no entendimento dos conceitos de botânica.  Em vista disso, o presente relato descreve uma experiência de aplicação de uma sequência de ensino investigativa (SEI), sobre o tema Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) desenvolvida a partir de atividades vinculadas a Prática Pedagógica no Ensino Médio, realizada pelo Programa Residência Pedagógica (PRP) do curso Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências da Natureza da Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Erechim. A escolha do tema da oficina se deu a partir da procura pela contextualização dos conteúdos curriculares que estavam sendo estudados (botânica: anatomia e morfologia vegetal). A proposta foi aplicada a estudantes do 3º ano do Ensino Médio de uma escola urbana do município de Erechim/RS (Brasil). Ao longo da SEI, foram empregadas diferentes estratégias didáticas, a saber: chuva de ideias, ensino por meio de problemas, atividades de pesquisa e atividades práticas. Os recursos empregados para o desenvolvimento das metodologias propostas incluíram: a contextualização e problematização a respeito de um problema, a temática “Fome”, desenvolvida por meio de uma chuva de ideias; a realização de uma aula expositiva dialogada e a sistematização dos conteúdos de morfologia e anatomia vegetal do caule e da folha, bem como atividade de leitura e de estudo de obras de referência sobre o tema; coleta e identificação de PANCs utilizando aplicativo de identificação de plantas PlantNet®;  e, desenvolvimento de atividades práticas, por meio da montagem de mudas de ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata). Os resultados mostram no desenvolvimento da oficina, um intenso envolvimento dos estudantes durante a investigação e resolução de uma questão problema sobre o tema (levantamento de ideias, questionamentos, reflexão, leitura, escrita e comunicação). Ademais, notou-se que eles ficaram maravilhados com a experiência desenvolvida, o que foi possível de perceber pela fala dos próprios estudantes e professores da escola. Portanto, a partir dessa experiência relatada e das atividades desenvolvidas ao longo do PRP, aponta-se a importância de valorizar a contextualização dos conteúdos, focados na realidade enfrentada pelos estudantes e dar maior predileção para as atividades didáticas com metodologias de ensino ativas, por meio de atividades investigativas, aulas práticas, rodas de conversa e troca de ideias.

Publicado
25-10-2023