PROPOSTA DAS CIDADES EDUCADORAS: NOVAS CONFIGURAÇÕES PARA O LAÇO SOCIAL

  • grace kelly vier fenner Uffs
  • Giovana Smolski Driemeier
  • Sandra Vidal Nogueira
Palavras-chave: Cidades educadoras; sociabilidade; sociedade; cidadania.

Resumo

A proposta das cidades educadoras surge em 1990, durante o I Congresso Internacional
de Cidades Educadoras realizado em Barcelona. Participaram deste congresso,
governantes de um grupo de cidades, que pactuaram um objetivo comum de trabalhar
conjuntamente em projetos que visam a melhoria da qualidade de vida dos habitantes,
apoiada na participação ativa na utilização e evolução da própria cidade. O evento em
questão deu luz a carta das cidades educadoras, que abarca os princípios, direitos e
compromissos acordados em prol das cidades e das pessoas. Sequencialmente, no XV
Congresso Internacional de Cidades Educadoras debateu-se que as cidades
contemporâneas vêm enfrentando problemas complexos em virtude do estilo de vida
atual. A psicanalise aborda esse tema a partir da perspectiva da fragilização do laço social.
Dessa forma, o objeto de estudo do presente escrito foi a apresentação das cidades
educadoras como formas de promoção do laço social. Com vista de cumprir tal objetivo,
empregou-se uma metodologia qualitativa do tipo descritiva, a qual utilizou como técnica
de coletas de dados a revisão bibliográfica documental. A análise dos dados se deu a partir
da articulação da teoria psicanalítica com as ações das cidades educadoras. Os resultados
indicaram que os autores da psicanálise compreendem os problemas sociais
contemporâneos a partir das concepções de crise da autoridade simbólica e da emergência
do discurso do capitalista, o qual coloca os sujeitos em posição de objetos, não
promovendo, desta forma, o laço social. Desta forma, a teoria afirma que as relações
sociais se encontram fragmentadas e o laço social rúptil. Considerando que a cidade tem
uma personalidade própria, constituída em interdependência com o território e meio em
que se situa, ela tem influência na forma como as pessoas estabelecem laços relacionais
entre si. Denota-se, considerando isso, que a partir da corporificação de modalidades de
vivências cidadãs nas cidades, se torna possível pensar novas configurações para a
convivência e existência humana, de forma que seja plausível adotar uma abordagem
política e pedagógica que permite a reinvenção da vida nas cidades, a partir de uma
perspectiva de convivência e coabitação com as diferenças. Como produto, tem-se o
desenvolvimento de uma vida material permeada pela dignidade de todos e de cada um.
Além disso, é necessário que as pessoas se formem para adaptações críticas e
participações ativas frente aos desafios e as possibilidades de tal maneira que possam
intervir como atores sociais nos territórios. Conclui-se que para a promoção do laço social
e superação dos desafios enfrentados na vida contemporânea, o itinerário social
experimentado na vida na cidade tem potencial influência.

Publicado
12-10-2023