PLANEJAMENTO, APLICAÇÃO E REFLEXÃO SOBRE O ENSINO EXPLORATÓRIO EM MATEMÁTICA DURANTE A LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

  • Paola Berria UFFS
  • Denise Silva
  • Maria Eduarda da Silva Longo
Palavras-chave: Plano de Aula; Ensino Exploratório de Matemática; Licenciatura em Pedagogia.

Resumo

A partir de uma proposta desenvolvida com acadêmicas do curso de Licenciatura em Pedagogia, este trabalho visa descrever como as metodologias empregadas nas aulas de matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental refletem as experiências anteriores dos docentes, centrando-se no ensino tradicional. Observamos que o ensino tradicional ainda é o mais aplicado nas escolas, este que não está sendo capaz de elevar a qualidade do ensino brasileiro. Essa metodologia apoia-se na memorização de conteúdos, repetição e com a ideia central do educador como o “dono do saber’’. Os documentos normativos brasileiros apresentam metas significativas para aprendizagem dos estudantes em relação ao ensino de Matemática, propondo que essa área seja relacionada a diferentes culturas e ciências, estimulando que os educandos relacionem o conteúdo trabalhado em sala com a vida real, desenvolvendo problemas e justificando-os. Essas orientações exigem que o professor utilize diferentes abordagens de ensino, para além do tradicional, possibilitando que os educandos aprendam a necessidade ou vantagem das ideias matemáticas. Perante o exposto, desenvolveu-se uma proposta que envolveu elaborar uma sequência didática com a unidade temática álgebra para uma turma do 4° ano do Ensino Fundamental e aplicá-la à uma turma do Ensino Superior, utilizando como metodologia o Ensino Exploratório em Matemática. De acordo com Ponte, Quaresma e Pereira (2020), uma aula de ensino exploratório capaz de promover o desenvolvimento do raciocínio é composta por três fases, são elas: lançamento da tarefa – o professor apresenta à turma uma tarefa matemática que envolva um problema ou uma investigação, a qual não possui um método de resolução imediata, mas leve os educandos a utilizarem seus conhecimentos prévios para encontrar novas alternativas; trabalho autônomo dos alunos - em grupos, os estudantes se envolvem na realização da atividade, cabendo ao professor apoiá-los e incentivar o envolvimento individual, realizando comentários somente quando necessário para não reduzir o interesse dos participantes e pedir registros escritos, visto que, cada equipe levantará suas próprias estratégias de resolução; discussão coletiva – a turma apresenta ao grande grupo os métodos utilizados e suas conclusões, sendo que, aqui, o professor irá gerir as discussões a fim de promover a qualidade das considerações levantadas, além de garantir a comparação das diferentes resoluções. Para a concretização dessa abordagem é necessário tarefas que promovam a construção de conceitos; o docente controlar os comentários efetuados aos alunos, sem validar ou refutar suas ações; ambiente que propicie a comunicação e autonomia; registro dos conhecimentos coletivamente sistematizados; gerir o tempo das fases para que não se perca o envolvimento do grupo. A partir do desenvolvimento da proposta e análise de algumas atividades, constatou-se que proporcionar aos pedagogos em formação a vivência de aplicar diferentes abordagens de ensino possibilita qualificar a educação matemática brasileira, transcendendo práticas didático-pedagógicas que não promovam o desenvolvimento do raciocínio matemático, dado que, o ensino superior é capaz de proporcionar profundas transformações sociais e humanas através da formação de seus acadêmicos, essa que engloba conhecimentos básicos para seu exercício, articulando teoria e prática.

Publicado
15-10-2023