ALTERAÇÃO FIBROADENOMATOSA EM GATAS

  • Eduardo Augusto Bissani Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Maria Victória Vasquez Guerrero Nunes
  • Pâmela Maran Korpalski
  • Maria Eduarda Pogorzelski
  • Mariana Signori Otto
  • Fabiana Elias
  • Leonardo Gruchouskei
Palavras-chave: hipertrofia fibroepitelial, progestágeno, ovariohisterectomia, felinos

Resumo

A alteração fibroadenomatosa, também conhecida como hipertrofia fibroepitelial felina,
é descrita na Medicina Veterinária como uma alteração não-neoplásica e corresponde a
uma parcela significativa (até 20%) das alterações em glândula mamária de felinos. A
alteração fibroadenomatosa está associada a desequilíbrios hormonais exógenos ou
endógenos – influenciados pela progesterona na ovulação ou secundários à neoplasmas
– em que as lesões displásicas podem progredir para carcinomas. Esta condição é
reversível mediante procedimento de ovariohisterectomia em animais jovens ou terapia
com uso de antiprogestágenos. Este trabalho tem como objetivo relatar os casos da
afecção em felinos com alteração mamária atendidos pelo Hospital Veterinário
Universitário da SUHVU da UFFS – Campus Realeza. Os materiais recebidos pelo
Serviço de Diagnóstico Anatomopatológico foram fixados em formol 10% tamponado e
processados por técnica histológica de rotina, então analisados em microscópio de luz e
as alterações foram classificadas de acordo com Zappulli et al (2019). Dos 13 animais
com alterações mamárias avaliados, 46% (6/13) foram diagnosticados como alteração
fibroadenomatosa, sendo que destes, 83% (5/6) possuíam histórico de utilização de
medicamentos progestágenos em algum momento, enquanto 1 tutor não soube informar.
Histologicamente os achados na glândula mamária incluíram proliferação de ductos
interlobulares e de células do estroma interlobular, o qual se apresenta frouxo,
edematoso e mixomatoso, com células ductais e fibroblastos apresentando leve
pleomorfismo, além de áreas de fibrose e múltiplos focos inflamatórios
linfoplasmocíticos. Apesar das alterações de glândula mamária de felinos terem baixa
frequência na rotina médica, a alteração fibroadenomatosa correspondeu a 46% dos
casos, com 83% destes estando diretamente associados ao uso de progestágeno. Logo,
levanta-se a necessidade de medidas educativas para alertar os tutores com relação aos
riscos inerentes à utilização frequente destes medicamentos como alternativa à
castração, uma vez que o procedimento de ovariohisterectomia não apenas contribui
para a prevenção de neoplasias mamárias, mas também evidencia-se como a solução
para a maioria dos casos de alterações fibroadenomatosas.

Publicado
15-10-2023