FREQUÊNCIA DA REALIZAÇÃO DOS TESTES DE RASTREIO DO RECÉM-NASCIDO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE

  • Karima Muhammad Yusuf Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Jossimara Polettini
  • Gustavo Olszanski Acrani
  • Lissandra Glusczak
  • Ivana Loraine Lidemann
Palavras-chave: Pediatria, Atenção Básica, Recém-nascido, Teste de rastreamento, Epidemiologia

Resumo

Introdução: Os testes de rastreio do recém-nascido são procedimentos cruciais para avaliar a saúde e o desenvolvimento de bebês logo após o nascimento, por isso são realizados nos primeiros dias de vida do neonato. Através desses testes, pode-se detectar precocemente várias doenças que afetam a criança ao do longo tempo. Os cinco testes de rastreamento mais comuns são o teste do pezinho, do olhinho, da orelhinha, do coraçãozinho e da linguinha. Objetivos: Caracterizar a amostra e determinar a frequência da realização dos testes de triagem do recém-nascido em crianças atendidas na Atenção Primária de Saúde (APS). Metodologia: É um estudo transversal e descritivo, com uma amostra da população infantil de até 12 anos de idade acompanhada na APS do município de Marau/RS durante o ano de 2019. Foram excluídas as crianças que evoluíram a óbito. O projeto de pesquisa do qual este estudo faz parte foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição proponente (parecer de número 4.769.903). A coleta dos dados foi feita por meio de acesso aos prontuários eletrônicos disponíveis no sistema de prontuários integrados das Estratégias de Saúde da Família do município, o G-MUS - Gestão Municipal de Saúde. Foram obtidos dados sobre características sociodemográficas e de saúde. As análises estatísticas foram realizadas no software PSPP (distribuição livre) e compreenderam frequências absolutas e relativas das variáveis. Resultados: A amostra foi constituída por 1.291 indivíduos, sendo 50,5% do sexo masculino, 76% de cor branca e 38,4% encontravam-se na primeira infância (idade de 0 a 2 anos). A realização dos testes de rastreamento infantil foi observada entre 56,2 e 95,6%, sendo 95,6% (n=241/252) o teste do pezinho, 86% (n=173/200) o do olhinho, 82,1% (n=165/201) o da orelhinha, 64,6% (n=95/147) o da linguinha e 56,2% (n=72/128) o teste do coraçãozinho. Conclusões: Os resultados indicam a necessidade de estratégias que estimulem a realização do rastreamento, conforme a recomendação do Ministério da Saúde, pois todos os bebês deveriam ter sido submetidos aos testes, os quais têm potencial de identificar precocemente condições médicas importantes. Entretanto, considerando que a amostra foi composta de crianças de até 12 anos de idade, é preciso destacar que não foi avaliada a disponibilidade dos testes no período em que seriam indicados conforme a sua faixa etária.

Publicado
31-10-2023